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Ministro do TST participa do II Seminário Internacional de Mediação em BH

publicado: 06/05/2016 às 11h20 | modificado: 06/05/2016 às 14h20
Ministro do TST participa do II Seminário Internacional de Mediação em BH (imagem 1)
Da esq. para dir., Marcela Pagani, Antônio Fabrício de Matos, Maurício Godinho, Ricardo Wagner e Saulo Versiani

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e professor, Maurício Godinho Delgado, participou, na manhã desta sexta-feira (6), de um painel com o tema "O Estado Democrático de Direito e o princípio Constitucional do Amplo Acesso à Justiça", no auditório da Faculdade de Direito da UFMG, na avenida João Pinheiro.

Pouco antes de começar sua palestra, o ministro explicou que o TST regulamentou as inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil (CPC) na instrução normativa nº 39, a qual aprova a mediação e o contexto do processo coletivo do trabalho, conforme já vem acontecendo na prática há várias décadas. Ele também lembrou que no tocante ao processo individual do trabalho, a instrução normativa, por cautela, remeteu a regulamentação do tema a uma lei específica, conforme inclusive previsto pela lei geral de mediação, aprovada em 2015.

"Nesse sentido, espera-se o surgimento dos debates concernentes a essa lei especial, uma vez que na Justiça do Trabalho não se quer repetir a experiência da representação classista. Por isso é que na comunidade especializada trabalhista é muito significativo o senso de prudência na regulamentação dessa matéria", destacou.

Em seguida, a mesa para o painel foi composta pelo ministro Maurício Godinho, pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Saulo Versiani Penna, pelo presidente da OAB-MG, Antônio Fabrício de Matos Gonçalves, pela professora Marcela Pagani e pelo assessor do TRT-MG, Ricardo Wagner Rodrigues de Carvalho, que atuou como presidente da mesa.

O presidente da OAB-MG, Antônio Fabrício de Matos, abriu o debate afirmando que a Ordem é uma parceira na discussão desse tema, que será uma tônica dessa gestão, porque acredita que a justiça se faz dentro e fora dos órgãos jurisdicionados. "Iniciativas como essa representam grandes passos para a resolução de problemas na sociedade brasileira. Temos que discutir outras formas de resolução de conflitos", disse.

O assessor de desembargador do TRT-MG, Ricardo Wagner, falou que o acesso ao judiciário não pode ser prejudicado, porque o número de processos é crescente e por isso é importante buscar alternativas para desafogar a Justiça do Trabalho.

Já o ministro do TST, Maurício Godinho, palestrou especificamente sobre o tema do painel e enfatizou que o modelo do Estado Democrático de Direito é formado por três grandes elementos, que estão harmonicamente vinculados: a pessoa humana e sua centralidade na ordem institucional e jurídica; a sociedade política e suas estruturas e a presença da sociedade civil.

"Percebemos que a Constituição de 1988 deu tratamento específico ao poder judiciário e colocou em seus princípios fundamentais o amplo acesso à jurisdição, o que significa que todos aqueles com algum conflito possuem a possibilidade de levá-lo ao judiciário para resolução", explicou.

Ele também disse que é fundamental que o processo judicial seja simples para que a prestação jurisdicional seja eficaz e economicamente acessível a todos. "Não pode ser elitista. Os processos judiciais estão se tornando cada vez mais complexos, o que dificulta o trabalho dos juízes. Por isso devemos debater formas alternativas de enfrentamento de conflitos, mas sem perder de vista que o processo judicial deve ser aperfeiçoado, o que é importante para a democratização da sociedade", concluiu.

O desembargador do TJMG, Saulo Versiani Penna, afirmou que o novo CPC traz elementos sobre os quais é preciso refletir, como a mediação, e que o sistema alternativo deve ser aplicado em situações complexas, que necessitam de um diálogo muito maior.

Fechando o debate da mesa, a professora Marcela Pagani pontuou que a mediação não pode ser reduzida a tecnicismos e está presente na vida diária. "Devemos ter um olhar de amor com relação ao outro e ficar na pessoa humana. Para mim, mediar é plantar esse sentimento de amizade, de amor".

Programação

O II Seminário Internacional de Mediação termina na tarde desta sexta-feira (6) e os painéis continuam no auditório da Faculdade de Direito da UFMG, a partir das 14 horas. Confira aqui a programação. O II Seminário Internacional de Mediação foi promovido pelo Instituto de Mediação Aplicada, pela Faculdade de Direito da UFMG e contou com a participação de magistrados e servidores do TRT-MG em sua programação.

(Texto: Almir Casagrande/Fotos: Leonardo Andrade)

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