Ministra dos Direitos Humanos encerra semana da Mulher no TRT
Resumo em texto simplificado
A ministra dos Direitos Humanos e Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, participou do evento "Mês da Mulher" no TRT-MG, que incluiu bazar, oficinas e palestras sobre direitos das mulheres e interseccionalidade. Ela destacou a luta das mulheres, abordando questões como feminicídio e desigualdades raciais, além de valorizar políticas públicas de proteção. Até o final do mês, o evento ainda traz mais atividades culturais e debates sobre o papel da mulher no trabalho e a justiça social.
Saiba mais sobre esta iniciativaA ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, participou nesta sexta-feira (14/3) do “Mês da Mulher no TRT-MG - ‘Juntas Somos Muito Mais’”. Durante toda a semana, o Tribunal, em parceria com o comitê regional do Programa de Equidade de Raça, de Gênero e Diversidade, promoveu diversas ações para dar voz às mulheres de dentro e fora da instituição. A presidente do TRT-MG, desembargadora Denise Alves Horta, destacou a relevância do evento e lembrou que as atividades em alusão ao Mês da Mulher se estendem até o final do mês, conforme programação já divulgada.
Bazar e oficinas
Pela manhã, um bazar do desapego abriu a programação desta sexta-feira, que seguiu com a realização de oficinas de canto e dança, com a participação de dezenas de mulheres, entre magistradas, servidoras, colaboradoras terceirizadas e estagiárias. A oficina “Bora Dançar” foi ministrada pela professora de dança Roberta Bozon. Já a oficina “Canta Comigo” foi dirigida pela cantora, compositora e fonoaudióloga, Raquel Coutinho.
Mulher e cultura
O turno da tarde foi marcado pela realização de palestras e uma apresentação musical. A primeira atividade ficou a cargo de Teuda Bara, atriz e integrante do grupo Galpão. De modo descontraído, a artista cativou o público, mas também falou sobre assuntos sérios, como os desafios de ser mulher, tabus e assédio. A interseccionalidade, conceito que descreve a interação entre fatores sociais, também foi discutido, quando Teuda falou sobre etarismo e preconceito com a mulher idosa.
Em seguida, foi realizado um pocket show, no Centro Cultural do TRT-MG, com Ana Espi, juíza aposentada do TRT-MG e cantora. Ela foi acompanhada pelo pianista Vander Soares e apresentou o espetáculo “Divas”, interpretando artistas mulheres nacionais e internacionais, além de música autoral. “O importante dessa minha participação, é mostrar a potência da mulher, a força que tem as músicas interpretadas por mulheres, como elas focam, como elas emocionam. E também o papel da arte, que é trazer reflexão e emocionar as pessoas”, afirmou Ana Espi.
Mês de luta
Encerrando a semana, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, ministrou uma palestra em que reforçou o significado do Dia Internacional da Mulher. “O mês de março é um mês de luta pelos direitos das mulheres. É importante celebrar, mas também lembrar que nós estamos num momento muito duro, porque as mulheres estão passando por situações tristes, de aumento dos indicadores de feminicídio e de violência. Então, acho que marcar essa data é também marcar nossa luta, nossa capacidade de organização e a nossa defesa de políticas públicas de proteção às mulheres”, ressalvou.
Durante sua apresentação, a interseccionalidade foi mais uma vez pauta do evento. Na ocasião, Macaé apontou as inúmeras dificuldades e injustiças contra as mulheres negras, trazendo dados e relatórios acerca do tema: “mulheres e pessoas negras estão sub-representadas no sistema de justiça”, apontou. A ministra elogiou ações afirmativas que estão sendo feitas no Judiciário, mas que ainda não são suficientes para sanar as desigualdades.
Para a ministra, as desigualdades de gênero também são evidentes nas tarefas domésticas, inclusive, nos cuidados com familiares. “O cuidado é um direito e a forma como as tarefas e responsabilidades de cuidado estão distribuídas na nossa sociedade gera injustiça e desigualdade que pesa sobre as mulheres, as discriminam no acesso aos direitos e ao bem viver”. A ministra ainda completa: “São as mulheres que sofrem mais pesadamente os impactos e a injustiça das violações de direitos humanos no cotidiano. Ao mesmo tempo também estão nos ombros das mulheres a responsabilidade pela garantia dos direitos humanos na nossa sociedade”, finalizou.
Balanço
A presidente do TRT-MG, desembargadora Denise Alves Horta, fez um balanço do evento, ressaltando sua importância. “Estamos encerrando uma semana de homenagem à mulher, ao gênero feminino. E essas homenagens significam não só festividades, mas significam a luta da mulher por iguais direitos, tanto direitos formais quanto aqueles direitos substanciais que são exercidos e efetivados no chão áspero do dia a dia”.
A estagiária do Centro de Memória do TRT-MG, Yasmin Martins, compartilha a opinião da magistrada. “A semana foi algo muito significativo pra mim. Foi muito produtivo, eu aprendi muito nas palestras. O bazar proporcionou um momento de interação com outras mulheres E a gente pôde também ter essa troca feminina. Eu só tenho a agradecer, é uma experiência ótima que eu vou levar pra minha vida inteira”, admitiu.
Programação
Ainda neste mês de março, o TRT-MG realiza outras atividades em alusão ao Mês da Mulher. Na próxima terça-feira (18/3), o Centro Cultural do TRT-MG recebe o espetáculo da Companhia de Dança do Palácio das Artes, “Poderia ser rosa”. No dia 24, a jornalista do Repórter Brasil, Isabel Harari, fala sobre o trabalho ilegal de adolescentes via plataformas de “delivery” e as interseccionalidades de gênero, raça e classe social. Por fim, no dia 28, haverá uma edição temática do Programa Justiça e Cidadania: “A mulher no mundo do trabalho”.