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Professor português abre Seminário Internacional sobre Grandes Acidentes do Trabalho

publicado: 25/04/2019 às 22h16 | modificado: 26/04/2019 às 09h49

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Fotos: Leonardo Andrade

“Do risco aos grandes acidentes: como construir a prevenção?” foi o tema da conferência do professor João Areosa, da Universidade Nova de Lisboa, que abriu hoje (25), em Belo Horizonte, o Seminário Internacional sobre Grandes Acidentes do Trabalho: efetividade da prevenção. O conferencista é formado em sociologia, possui pós-graduação em segurança, higiene e saúde no trabalho e é mestre e doutor em sociologia do trabalho pelo Instituto Universitário de Lisboa. 

Em sua fala, o professor Areosa afirmou que o risco de acidentes está presente em todos os locais de trabalho e que é uma situação que todos os trabalhadores têm que enfrentar no seu cotidiano, embora cada atividade, profissão ou indivíduo detenha um grau de risco específico, normalmente distinto nas diversas ocupações laborais e que está associado às suas tarefas concretas. 

“É pela enorme multiplicidade de riscos no trabalho, variável em cada universo laboral, que se chega aos acidentes”, disse. Em sua palestra, além dos riscos, ele fez uma análise dos acidentes, do erro humano e da prevenção. “O risco está sempre lá, nunca desaparece. É uma antecâmara de ocorrência de acidentes ou doenças. Onde existe risco, há sempre a possibilidade desse mesmo risco se materializar e se transformar em acidente ou doença. Investigar tem algumas potencialidades e limitações. A potencialidade nos ajuda a conhecer as causas, as circunstâncias dos acidentes, e isso melhora a prevenção, além de ajudar ainda a prevenir a ocorrência de acidentes iguais ou similares”, assegurou. 

Segundo ele, como o risco está sempre lá, por mais e melhor prevenção que exista, em algum momento ele pode se transformar em acidente. “Quanto mais prevenção, menos acidentes iremos ter. Mas nunca vamos conseguir, infelizmente, eliminar todos os acidentes. Essa é a discussão-chave sobre a prevenção. O risco zero não existe”, salientou.

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Compuseram a mesa de honra do evento o presidente do TST e do CSJT, ministro Brito Pereira, o presidente do TRT-MG, desembargador Marcus Moura Ferreira, o diretor da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Martim Hahn, a procuradora-chefe do MPT-MG, Adriana Augusta de Moura Souza, o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, representado pelo advogado, Antônio Fabrício, o procurador-geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet, representado pelo Procurador Marcio Heli, e o presidente da Amatra3, juiz Flânio Antônio Campos Vieira.

Em seu discurso, o presidente do TRT-MG ressaltou a importância da prevenção dos acidentes de trabalho. "A reparação é indispensável, como todos reconhecem, mas a efetividade da prevenção e da busca do trabalho prestado em condições seguras, que é um direito constitucionalmente assegurado aos trabalhadores, deve ser sempre um objetivo fundamental, razão de ser a centralidade para o Seminário. Veja discurso na íntegra.

Em suas manifestações, todos os demais componentes da mesa de honra foram unânimes ao destacar a importância do Seminário Internacional, decorridos três meses do acidente de Brumadinho, ressaltando que a reparação é o último recurso. 

Nesta sexta, o Seminário continua a partir das 9h, com palestras e painéis. O encerramento será feito pelo desembargador do TRT-MG Sebastião Geraldo de Oliveira, gestor nacional do Programa Trabalho Seguro, que vai falar sobre O Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho e o imperativo da prevenção.

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