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Palestrante francês diz que a dignidade humana tem origens no pensamento clássico

publicado: 05/08/2011 às 16h40 | modificado: 05/08/2011 às 19h40

Em palestra proferida nesta sexta-feira, dia 05, no auditório do TRT-MG, em Belo Horizonte, sobre o tema "Dignidade e Trabalho", o professor francês Antonio Pele mostrou que a dignidade humana tem suas origens no pensamento filosófico clássico de Platão, Aristóteles, Cicero e Séneca, vindo emergir no período da Renascença, uma época de desenvolvimento e descobrimentos (séculos XV e XVI), estando contemplada em diplomas pátrios e universais da atualidade, como nos artigos 1º da Constituição da República do Brasil e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como no preâmbulo da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

Segundo o palestrante, na Renascença, insurgindo-se contra a pregação da miséria humana da Idade Média e os dogmas da Igreja, o homem busca a compatibilidade entre razão e espiritualidade, com liberdade de pensamento pelo uso da razão e da racionalidade. O trabalho deixa de ser visto como castigo, e o serviço manual não tem valor inferior ao de um filósofo. Por meio do trabalho, o homem pode expressar suas qualidades, seus dotes, e a vida pode ser feliz graças ao trabalho que liberta, constituindo fundamento da dignidade humana. Autores censurados como Giannozzo Manett (1396-1459), Lorenzo Valla (1406-1456), Giovanni Pico Della Mirandola (1463-1494) e Giordano Bruno (1548-1600), escreveram tratados sobre Direitos Humanos. "O ser humano quer conhecer a verdade real e não a verdade que lhe é imposta", explica Antônio Pele.

Palestrante francês diz que a dignidade humana tem origens no pensamento clássico (imagem 1)
Foto: Leonardo Andrade

Antonio Pele é professor da Universidade Carlos III de Madri - Espanha, especialista em Direito Internacional, Direito Eclesiástico e Filosofia do Direito, e seu trabalho relaciona conceitos de filosofia, ética e direitos humanos, em especial de dignidade da pessoa humana, secularismo e administração eletrônica.

A palestra foi promovida pela Escola Judicial do TRT de Minas, representada por seu coordenador acadêmico, desembargador Márcio Flávio Salem Vidigal. Presentes, ainda, os desembargadores Emerson José Alves Lage e Denise Alves Horta; os juízes titulares Antônio Gomes de Vasconcelos e José Eduardo de Resende Chaves Júnior; juízes substitutos, servidores e advogados, dentre outros. (Walter Sales)

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