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Maio Laranja discute violência contra crianças e adolescentes no mundo digital

publicado: 19/05/2025 às 14h30 | modificado: 20/05/2025 às 14h26
Resumo em texto simplificado

O TRT-MG organizou um evento para marcar o Maio Laranja, mês de combate ao abuso e exploração sexual infantil, com palestras e debates sobre a prevenção e conscientização, especialmente no ambiente digital. A presidente do Tribunal, desembargadora Denise Horta, destacou a importância da prevenção e da responsabilidade social de todos. Especialistas alertaram sobre os perigos da internet para crianças e adolescentes, ressaltando os riscos de crimes digitais. O evento contou com a participação de estudantes e professores, além de autoridades e profissionais especializados. A campanha também promoveu o uso do Disque 100 para denúncias de abusos.

Saiba mais sobre esta iniciativa

Para marcar o Maio Laranja, mês de combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, o TRT-MG recebeu jovens estudantes, professores e especialistas para evento que trouxe palestras alusivas ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil no Brasil, comemorado em 18/5.

A presidente do Tribunal, desembargadora Denise Alves Horta, abriu os trabalhos com um alerta sobre a importância da prevenção desse tipo de crime, especialmente, no ambiente digital. Ela ressaltou a importância da campanha Maio Laranja para reforçar as ações de enfrentamento, conscientização e prevenção, além de orientar a população sobre os canais de denúncia.

“Essa luta é uma responsabilidade social de todos os cidadãos. A prevenção é um desafio, pois além de orientar os jovens, é necessário alertar os familiares e conscientizar a sociedade sobre os malefícios da violência sexual infantil. O agressor para efetuar o abuso ou a exploração sexual, recorre a diferentes métodos, entretanto, não importa qual, mas sempre existirá nesta relação uma desigualdade de poder, onde o predador sexual leva vantagem sobre a vítima, que é indefesa e frágil, por sua natureza. Mesmo porque é um ser em desenvolvimento”, destacou.

A gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, desembargadora Maria Raquel Zagari Valentim considera imprescindível lembrar que a data tornou-se um símbolo do combate à violação dos direitos humanos depois da morte da menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, violentada e morta aos 8 anos de idade em Vitória (ES), em 1973. “O Maio Laranja tem o intuito de informar, sensibilizar e combater o abuso, a exploração e a violência contra crianças e adolescentes”.

Mesa de honra

Compuseram a mesa de abertura do evento, a delegada de Polícia Federal Erika Karoline de Castro Sabino de Oliveira, a promotora do Ministério Público do Trabalho Fernanda Brito Pereira, os desembargadores Denise Alves Horta, presidente do TRT-MG, o 2º vice-presidente do TRT-MG, Emerson José Alves Lage, Maria Raquel Zagari Valentim, gestora regional do programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, as juízas Anaximandra Kátia Abreu, presidente da Amatra3, Cristiana Soares Campos e Renata Lopes Vale, gestora do 1º grau do programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem.

Vulnerabilidade na internet

A delegada de Polícia Federal, Erika Karoline de Castro Sabino de Oliveira, que coordena a investigação de crimes praticados contra crianças e adolescentes, em sua palestra, alertou sobre os perigos na internet, práticas que configuram crimes e o que os adolescentes podem fazer para evitar que o crime aconteça. “Com base de pesquisas, 95% dos jovens entre 9 e 17 anos são usuários da internet no Brasil. Nesse mundo que é basicamente digital para esse público específico, adolescente, a criminalidade já está muito presente”.

Ela chama a atenção para se ter a consciência de que a internet não é uma terra sem lei. “Vários criminosos estão na internet, então é preciso ter cuidado com o seu perfil. Você tem um perfil aberto? Será que é necessário você ter um perfil aberto? Neste caso, é necessário medir o que você vai postar, não postar fotos com geolocalização, fotos com uniforme de escola que mostrem onde você está, o nome dos seus pais, porque isso tudo pode ser coletado e usado para eventualmente ameaçar você”. A delegada frisou que os pais precisam deixar de acreditar que não tem perigo, que o filho está ali no quarto ao lado deles, então ele está seguro. “Não, a internet é um meio em que crianças e adolescentes se relacionam com várias pessoas. E os pais precisam saber que existem criminosos de oportunidade, e que se você der a oportunidade, se você desproteger o seu filho, ele estará vulnerável”.

Mesa do segundo painel

O segundo painel, contou com palestra do promotor de Justiça Mauro Ellovitch, especialista em Direito Digital, segurança da informação e investigação cibernética. Para ele, esse ambiente traz muitos riscos antes não previstos para os jovens. Por isso, considera o Maio Laranja um momento importante para se discutir o tema com o público e trazer o problema à luz. O desembargador Manoel Barbosa da Silva, corregedor do TRT-MG, compôs a mesa do segundo painel.

Cyberbulling e cuidados

Estudantes na plateia

Foram convidados para o evento estudantes do curso técnico de informática do Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Ribeirão das Neves, acompanhados dos professores Danielle de Jesus Dinali, Paulo Felipe Lopes de Carvalho e Moisés Henrique Pereira. E ainda, estudantes do primeiro e segundo anos do ensino médio da Escola Estadual Deputado Manoel Costa, acompanhados dos professores Daniela Cristina Almeida, Lidiane da Silva Santos Araújo e Kelly Aparecida da Silva.

Para os jovens que participaram do evento, as mensagens de alerta sobre os perigos na internet foram importantes tanto para conscientizar sobre os perigos no mundo digital, como também, para aprender sobre cuidados para navegar na rede com menos vulnerabilidade. A estudante Samanta Caroline de Carvalho Santos, de 15 anos, conta que aprendeu muito sobre “o cyberbullying, sobre a saúde mental também, a cuidar mais de nós mesmos, aprendemos a não dar abertura para pessoas com mal intencionadas." É importante falar sobre o tema para a nossa segurança como adolescentes e até das pessoas adultas também. Para que as pessoas que venham a ser vítimas saibam se tratar e que esse assunto seja mais exposto. Porque assim as pessoas conseguem ter um espaço maior para dialogar sobre."

Para Alberte Riquelme Ferreira Chagas de Oliveira, o tema é muito importante, principalmente porque adquirimos noção do que temos direito na internet, pois eu acho que ficamos muito vulneráveis nas redes sociais."

Do evento também participaram os juízes Sandra Generoso Leidecker, Cristiana Soares Campos e Marcelo Oliveira da Silva, gestores do 1º Grau do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem; além de magistrados, promotores de justiça, servidores e educadores.

Denúncias - Disque 100

Qualquer pessoa que testemunhar, souber ou suspeitar que criança ou adolescente seja vítima de abuso, violência ou negligência pode denunciar de forma identificada ou anônima pelo  Disque 100 - Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

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