Você está aqui:

Professor uruguaio debate dívida pública em seminário no TRT

publicado: 31/08/2018 às 19h12 | modificado: 21/10/2018 às 11h28

800_2018_0831_Seminario__201cDivida_Publica__Direitos_Sociais__Politica_Fiscal_e_Desenvolvimento_Economico201d_MM__74.jpg

Foto: Madson Morais

O TRT-MG recebeu, na tarde desta sexta-feira (31), o professor Ramiro Chimuris, doutor pela Universidade da República Oriental do Uruguay (Udelar) e coordenador da Rede de Cátedras de Dívida Pública, para o seminário “Dívida Pública, Direitos Sociais, Política Fiscal e Desenvolvimento Econômico”. O evento, que foi promovido pela Escola Judicial em parceria com o Programa Universitário de Apoio às Relações de Trabalho e à Administração da Justiça (Prunart) da UFMG, aconteceu na sede, em Belo Horizonte. Veja reportagem da TV TRT-MG. 

Em sua palestra, o professor uruguaio, que está na capital mineira pela primeira vez, afirmou que a dívida externa dos países é um sistema de dominação econômica e política com prejuízos para todos, menos para bancos e multinacionais. Para ilustrar, citou auditoria realizada na dívida pública dos Estados Unidos, que demonstrou que o seu valor conseguiria erradicar a fome do mundo todo por 500 anos.

O palestrante lembrou que, entre 1932 e 1948, o Brasil e outros países sul-americanos deixaram de pagar suas dívidas externas por considerarem que elas eram ilegítimas. Segundo ele, esse foi um período de forte crescimento econômico na América do Sul.

Falando especificamente da dívida pública brasileira, o professor ressaltou a necessidade de se fazer uma auditoria permanente, já que ela, segundo o Fundo Monetário Internacional, alcançou 90% do PIB. “Em um momento em que se escuta o tempo todo que o Brasil está quebrado, como os governantes não promovem uma auditoria em algo que consome quase tudo que o país produz?”, questionou.

Ele ainda fez uma relação entre a dívida e medidas políticas e econômicas que têm sido tomadas pelo governo, como a Reforma Trabalhista. Para o palestrante, essas medidas só interessam ao grande capital internacional, já que investimentos em direitos sociais, como saúde, educação e trabalho, são encarados como gastos pelos governantes e sofrem cortes orçamentários que são revertidos para o pagamento de juros da dívida.

A palestra foi acompanhada pela 2ª vice-presidente do TRT-MG e diretora da Escola Judicial, desembargadora Lucilde D'ajuda Lyra de Almeida, pelo coordenador do Prunart, juiz Antônio Gomes de Vasconcelos, além de magistrados e servidores do Tribunal, advogados e estudantes de Direito.

Visualizações: