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Em live promovida pelo TRT-MG, infectologista Carlos Starling fala sobre Covid-19

publicado: 29/01/2021 às 19h31 | modificado: 01/02/2021 às 14h46

O infectologista Carlos Starling, médico membro do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, participou, na tarde desta sexta-feira (29), de live sobre a pandemia do novo coronavírus, promovida pelo Comitê de Saúde do TRT-MG e transmitida pelo canal oficial do Tribunal no YouTube. Realizada no formato de perguntas e respostas, a live foi coordenada pelas gestoras regionais do Programa Trabalho Seguro e coordenadoras do Comitê de Saúde, a desembargadora Denise Alves Horta e a juíza Maria Raquel Ferraz Zagari Valentim. Assista à live na íntegra em nosso canal no YouTube.

O primeiro questionamento foi feito pelo presidente do TRT-MG, desembargador José Murilo de Morais, que quis saber se a pessoa vacinada pode transmitir o vírus. Carlos Starling respondeu que as vacinas contra a Covid não são esterilizantes, ou seja, os vacinados ficam protegidos, mas o vírus ainda pode ser transmitido por eles. No entanto, ele ponderou que o risco de transmissão diminui muito. "Se a grande maioria da população estiver vacinada, a taxa de transmissão vai diminuir muito. Podemos controlar o vírus com a vacina, mas não erradicá-lo. Ainda vamos conviver com ele por muito tempo, mas se vacinarmos 60% ou 70% do grupo de risco, não haverá pressão no sistema de saúde", afirmou.

Em seguida, a corregedora do Tribunal, desembargadora Ana Maria Amorim Rebouças, perguntou se quem já se contaminou precisa tomar a vacina. O infectologista esclareceu, primeiramente, que a vacinação não faz qualquer mal. Ele afirmou que pessoas que tiveram a doença nos últimos seis meses não precisam se vacinar, porque ainda têm anticorpos, e fez um alerta sobre o melhor uso das vacinas no Brasil. "Poderíamos usar melhor as nossas vacinas, assim como a Inglaterra, que não vacina quem já teve a doença nos últimos seis meses, para que mais pessoas sejam vacinadas", disse.

A vice-corregedora, Maristela Íris da Silva Malheiros, indagou se hipertensos e diabéticos, com doenças controladas, também integram o grupo de risco. O médico respondeu que sim, ainda mais se tiverem mais de 60 anos. "Sabemos que 70% das pessoas que morreram de Covid tinham mais de 70 anos", completou.

O desembargador Marcus Moura Ferreira chamou a atenção para o abismo social em relação ao acesso à saúde, que ficou evidente no Brasil com a pandemia. Ele então perguntou ao médico o que a medicina aprendeu com a Covid em relação a esse problema. "Aprendemos que ainda temos um longo caminho pela frente", apontou Starling. "Segurança nacional não é só ter soldados protegendo fronteiras. Também temos que investir em ciência, cientistas e instituições sanitárias eficientes. Aprendemos que um problema grave em nosso sistema de saúde pode impactar a economia, como esse vírus, que derrubou a economia do mundo. A sociedade está aprendendo como é importante um país investir em ciência, que o SUS cumpre um papel fundamental. Ficou claro que cuidar do sistema público de saúde é de extrema importância".

Também participaram da live a diretora do Foro Trabalhista de Belo Horizonte, juíza Luciana Alves Viotti, o presidente da Amatra3, juiz Renato de Paula Amado, o secretário de Saúde do TRT-MG, Geraldo Mendes Diniz, e os servidores Ciwannyr Machado de Assumpção, médica do Tribunal, e David Ernesto Landau Rubbo, coordenador-executivo do Sitraemg. Eles perguntaram sobre a necessidade de vacinação anual, saúde mental da sociedade na pandemia e risco de contaminação ao utilizar elevadores.

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