Ex-presidente do TRT3 se aposenta e se despede de seus colegas magistrados
fotos: Augusto Ferreira |
Ao abrir a sessão do Tribunal Pleno do mês de agosto, realizada nesta quinta-feira (dia 13), a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), desembargadora Maria Laura Franco Lima de Faria, congratulou o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Barros Levenhagen; os desembargadores do TRT3, Deoclecia Amorelli Dias e Sércio da Silva Peçanha, e a juíza Adriana Campos de Souza Freire Pimenta, titular da 34ª VT de BH, pelo recebimento das comendas concedidas pelo Poder Executivo Federal, pelo TST e pela Câmara Municipal de Belo Horizonte.
A Presidente do TRT-MG parabenizou o presidente do TST, ministro Barros Levenhagen, pela condecoração com a insígnia da Ordem do Rio Branco, entregue pela presidente da República, Dilma Rousseff, na manhã dessa quarta-feira (12), em solenidade realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF). Ela saudou também os desembargadores do TRT3, Deoclecia Amorelli Dias e Sércio da Silva Peçanha, por terem sido agraciados nessa terça-feira (11), em solenidade realizada na Câmara Municipal de Belo Horizonte, com a Comenda Direito e Cidadania, conferida pelo poder legislativo municipal, por indicação da OAB, às personalidades que se destacaram na defesa da cidadania e do estado democrático de direito.
A desembargadora presidente Maria Laura Franco Lima de Faria felicitou também a juíza Adriana Campos de Souza Freire Pimenta, titular da 34ª VT de BH, que foi agraciada nessa terça-feira, dia 11, pelo TST, na solenidade anual de entrega da Comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, no grau oficial.
Despedida
Para a saudação à desembargadora Deoclecia Amorelli Dias, homenageada também por ter participado nesta quinta-feira de sua última sessão do Pleno antes de aposentar-se, a presidente do TRT3 passou a palavra ao desembargador Márcio Ribeiro do Valle, que ressaltou a homenagem prestada pelo Pleno. "Tem real significado muito impar momentos como esse, em que todo um Tribunal, pela unanimidade dos seus membros, aqui comparece para aplaudir de pé a sua estimada e querida desembargadora", disse o desembargador Márcio Ribeiro do Valle, ao acentuar que, "após anos e anos de invulgar dedicação à causa da justiça social, a doutora Deoclecia Amorelli Dias resolveu desfrutar a meritória bandeira da sua também meritória aposentadoria".
Depois de lembrar toda a trajetória da magistrada, que iniciou sua vida profissional como advogada em várias entidades, foi juíza de direito e procuradora do trabalho por mais de dez anos na 3ª Região, e finalmente desembargadora no Tribunal em 1993, o desembargador Márcio Ribeiro do Valle recordou a atuação da homenageada no Regional. "Em diversas de suas Turmas e nas Sessões Especializadas, nossa prezada colega atuou sempre com brilhantismo ímpar a função corregedora". O magistrado recordou que a desembargadora foi vice-corregedora do Tribunal, vice-presidente e, por fim, presidente do Tribunal, "oportunidade em que os seus raros predicados de pacificadora, como a primeira mulher presidente da instituição, conseguiu harmonizar o então dividido Tribunal, merecendo ainda realce e registro as suas meritórias e marcantes substituições no Tribunal Superior do Trabalho".
Ao finalizar seu discurso, o magistrado se despediu, dizendo que "este momento de transição de fim de tarde, por certo, jamais se apagará no fim do tempo de a doutora Deoclecia plantar e ao surgir o seu tempo de bem colher, em que restam a alegria da conquista de uma merecida e justa aposentadoria, um direito óbvio de poder voltar com mais frequência à casa amada de seus amados pais, e a tristeza que sentimos nós, desembargadores, ao ver deixar o Tribunal uma desembargadora tão respeitada e tão necessária à instituição e aos jurisdicionados". E completou: "Eu queria então dizer à colega Deoclecia: nós, seus amigos da Justiça do Trabalho, a amparamos e a abraçamos na sua trajetória de glória pela vida, e temos certeza que sempre Deus a protegerá. Seja feliz!".
Após receber os aplausos de todos os outros magistrados, foi a vez de a desembargadora Deoclecia Amorelli Dias fazer sua despedida: "Nesta tarde aqui falando, relembrando e passando pela minha vida esses últimos 22 anos, que completei no dia 6 de agosto, nesta Casa, hoje eu não invoco Cecília, nem Clarice e nem Adélia, o que seria muito mais agradável aos ouvidos de Vossas Excelências, porque elas saberiam dizer com muito mais intensidade, de modo muito mais real, o que eu sinto nesse momento e o que foi minha vida nesses 22 anos de Tribunal e mais os dez anos de Ministério Público, quando aqui estava sempre presente. Prefiro falar rápido, palavras simples e que venham do coração, e, como eu disse no Órgão Especial anterior, por mais oportunidades que eu possa ter de expressar minha gratidão a esta Casa, à instituição, à Justiça do Trabalho, ainda seria pouco, e eu ainda ficaria em débito em relação a essa gratidão enorme e perpétua".
Ao agradecer à presidente do Tribunal, desembargadora Maria Laura; aos juízes de primeiro grau presentes; ao desembargador Márcio Ribeiro do Valle, "um colega especial que eu tenho, porque caminhamos juntos desde os tempos do Sindicato dos Comerciários, e sei que muito do que ele diz é o carinho que tem pela minha pessoa e a bondade que vem do seu coração", a desembargadora Deoclecia Amorelli Dias referiu-se também ao Ministério Público do Trabalho, à OAB, aos advogados, aos servidores "que hoje se encontram nessa luta pelos seus reajustes, por um salário mais digno"; e aos servidores de seu gabinete: "Parafraseando aqui os ministros do TST, que em todas as solenidades sempre dizem "ministros de ontem, de hoje e de sempre", então eu digo aos servidores do meu gabinete, "de ontem, de hoje e de sempre" a minha eterna gratidão".
A magistrada também agradeceu aos colegas da 10ª Turma, onde encerra a sua carreira, ao finalizar sua despedida. "Minhas últimas palavras para encerrar esse momento, renovando a todos o meu muito obrigada, Deus lhe pague a todos vocês. Me perguntam sempre: Nossa, que alívio, a senhora deve estar aliviada! Eu digo a todos o seguinte: não há peso e nem alívio, mas uma sensação de conforto, e o reconhecimento de que é mesmo a hora de dar um novo rumo à vida. Pois tudo que me foi dado por essa e nessa Casa, eu vivi de forma plena e com inteira dedicação, porque foi fruto de uma proposta de vida. Neste conforto acomodarei a ausência física de vocês, permitam assim expressar, acomodarei a saudade que com certeza será insistente. Mas nos dizeres da poetisa, dramaturga e escritora brasileira Hilda Hilst, "há sonhos que devem ser ressonhados e projetos que não podem ser esquecidos", esse é o meu momento. Muito obrigada!". (Solange Kierulff)