TCU autoriza governo a abrir crédito extraordinário para Justiça do Trabalho
Os esforços empreendidos pelo presidente do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Martins Filho, para restabelecer o orçamento da Justiça do Trabalho começam a surtir efeitos. O Tribunal de Contas da União aprovou na quarta-feira (6), em resposta a uma consulta feita pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a possibilidade da edição de Medida Provisória para a realocação dos recursos na Justiça do Trabalho.
De acordo com o presidente do CSJT, os créditos que serão realocados são decorrentes de fontes próprias, provenientes dos depósitos judiciais feitos com convênios bancários e da renda arrecadada em concursos públicos.
De acordo com a área técnica do TCU, a urgência da despesa "salta aos olhos", porque, a partir de agosto deste ano, a Justiça do Trabalho não terá mais recursos suficientes para pagamento de despesas correntes.
Corte orçamentário e criseA crise na Justiça do Trabalho deu-se após a Lei Orçamentária Anual (Lei Federal 13.255/2016) cortar drasticamente o orçamento do setor. Foram cerca de 30% a menos destinados ao custeio e 90% a menos em investimento.
Sem dinheiro, os Tribunais do Trabalho de todo o país adotaram medidas para reduzir despesas, como redução no horário de expediente, para economizar água, luz, telefone e energia elétrica, e cancelamento de contratos de terceirização.
Mesmo com contenção de gastos, para fechar as contas dos 24 TRTs do país até o final do ano ainda seriam necessários mais R$ 250 milhões. Sem a verba, muitos tribunais correm o risco de não ter condições de funcionar a partir de agosto/setembro.
EsforçosEm busca de soluções para a crise enfrentada, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Ives Gandra Martins Filho, reuniu-se diversas vezes com representantes do Ministério do Planejamento, do Ministério da Fazenda, da Casa Civil, da Presidência da República e do Congresso Nacional para encontrar a melhor forma de restabelecer o orçamento até o começo do segundo semestre de 2016.
"A expectativa agora é que, com o aval do TCU, o Governo Federal edite a Medida Provisória o quanto antes, para que os Tribunais respirem e consigam uma sobrevida, pelo menos, até o fim do ano", destaca Ives Gandra. (Fonte: Taciana Giesel/Site CSJT)