TRT-MG economiza mais de R$100 mil em um mês nas contas de luz dos prédios de BH
O conjunto de medidas extremas adotadas em maio pela Administração do TRT-MG com o objetivo de reduzir despesas de custeio e, com isso, evitar o fechamento de suas portas em razão do corte orçamentário de R$47 milhões imposto pela Lei Orçamentária Anual (13.255/2016), tem alcançado importantes resultados. As contas de energia elétrica dos prédios da JT de Belo Horizonte, relativas a junho, somaram R$103.289,49 contra R$204.988,51 relativos ao consumo de abril, proporcionando economia de R$101.699,02 (49,61%) em um mês.
No interior, os resultados também foram bons, a julgar pela amostragem representada pelas unidades de Coronel Fabriciano, Divinópolis, Uberaba e Uberlândia, cujas contas somadas caíram de R$46.856,11 (consumo de abril ou maio), para R$22.206,64 em junho, com economia de R$24.649,47, correspondente a 52,60%.
Essa economia, na avaliação do engenheiro e servidor do TRT Luiz Himer Campos - responsável pelo controle, validação e questionamento das faturas de energia e água - "pode ser comparada às reduções obtidas em economia de guerra" e foi obtida graças à adoção de medidas extraordinárias, como: o encerramento das atividades às 16 horas, de forma a evitar o consumo no horário em que é mais caro; restrição ao uso da climatização, tendo em vista o alto consumo desse serviço; e desligamento temporário de parte da iluminação até o nível mínimo adequado à continuidade dos trabalhos.
Economia de R$2 milhões em aluguel.
Outra economia significativa vem sendo obtida com a redução dos gastos com aluguel. Apoiada pela Administração do Tribunal, pela Diretoria-Geral, pela Comissão de Gestão Predial e por secretários de varas ou chefes de núcleos de foros do interior, a Secretaria de Engenharia conseguiu renegociar os valores da maioria dos 33 contratos de locação hoje em vigência, com abatimento médio de 17,27%, valendo-se, segundo o diretor Hudson Luiz Guimarães, de ponderações sobre o equilíbrio financeiro que deve perdurar durante a contratação, os princípios que regem as contratações públicas, o interesse mútuo entre as partes e, considerando, ainda, que os contratos de locação firmados têm sido fielmente cumpridos.
Ainda de acordo com Hudson, essa redução alcançará a cifra de R$2 milhões até o final do ano. O dirigente esclarece que os imóveis que abrigam o Fórum de Belo Horizonte (Av. Augusto de Lima 1234 e Rua Mato Grosso 468) demandam mais de dois terços dos valores gastos com locação por este Regional. Por essa razão, segundo ele, "há extrema prioridade na execução das obras do novo Fórum de Belo Horizonte", cujo alvará de construção foi emitido no mês passado, faltando apenas a liberação, pelo Corpo de Bombeiros, do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio.
As contas de telefone também caíram
Com menos 2 horas por dia de funcionamento da Justiça do Trabalho em Minas, os gastos com telefone também diminuíram. Segundo o analista Bruno Cesarino Soares, do Núcleo de Gestão Predial, o consumo relativo ao maior contrato de telefonia fixa do Tribunal, que abrange a grande maioria das suas unidades em todo o estado, inclusive os prédios de Belo Horizonte, a conta emitida em 12/05/2016 (e-PAD 14483) foi de R$44.289,83 contra R$38.050,70 da conta emitida em 12/6/2016 (e-PAD 17797), diferença de R$6.239,13, equivalente a 14,08%.
Histórico de redução de gastos públicos e de preservação ambiental
As medidas adotadas pelo TRT-MG para a redução do consumo de energia elétrica foram extraordinárias porque o sistema do Tribunal já é bem econômico, em função de práticas adotadas ao longo do tempo, como lembra o engenheiro Luiz Himer Campos ao destacar que "há um procedimento constante da Secretaria de Engenharia para obter sempre sistemas elétricos mais confiáveis, seguros e econômicos, seja na construção de novos prédios ou nas reformulações e adaptações realizadas constantemente".
Como exemplos desse procedimento, ele cita: a realização do projeto e a contratação, em 1997, da instalação de uma subestação própria e a reformulação de todos os circuitos elétricos e lógicos do edifício-sede; a atualização da subestação do prédio da Rua Goitacases, de forma a dar eficiência e segurança ao sistema e suprir a torre em alta tensão, com tarifa de custo muito menor, proporcionando economia de 30 a 40% nos dois prédios; a implantação de um projeto de correção do fator de potência nos prédios da Av. Augusto de Lima e Rua Goitacases, eliminando multas por baixo fator de potência que oneravam as faturas desses prédios; e a adoção de critério sistemático de análise, com vistas a obter os melhores rendimentos possíveis, reduzindo consumo e incrementando qualidade no acervo do Tribunal, ao especificar equipamentos como aparelhos de ar-condicionado, no-breakes e reatores.
Essa política sublinhada por Himer é confirmada pela chefe da Seção de Gestão Socioambiental do TRT, Ludmilla Mendes, ao citar ações de impactos positivos nas contas do Tribunal e na preservação do equilíbrio socioambiental, tais como: a implantação do contracheque virtual, reduzindo consumo de papel (2009); aquisição de purificadores de água em substituição aos galões de água mineral (2010); distribuição de canecas de porcelana, visando à redução do consumo de copos descartáveis (2011); assinatura do termo de adesão à A3P - Agenda Ambiental da Administração Pública (2013); convênio com a Cemig para monitoramento do consumo de energia do edifício-sede, campanha do Consumo Consciente no Jornal Mural (2014); aprovação e publicação do Plano de Logística Sustentável do TRT3, criação da Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental, com seis grupos executivos, e desenvolvimento do programa Ambiente da Gente para instituição da Política de Responsabilidade Socioambiental do TRT3 (2015); campanhas com dicas de economia de água, energia elétrica, papel e telefone, designação dos agentes socioambientais, responsáveis por estimular o comportamento proativo e zelar pelas práticas socioambientais em suas unidades de trabalho(2016).
No TRT-MG, como se vê, a preocupação com a eficiência e economia não depende de crise. (Walter Salles - imagem: secom.arte)