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Economista afirma que o Brasil gera empregos de baixa qualidade

publicado: 01/06/2007 às 16h22 | modificado: 01/06/2007 às 19h22

O TRT-MG recebeu, nesta sexta-feira, dia 1º de junho, magistrados, advogados, procuradores, estudantes e servidores que assistiram à palestra do economista Márcio Pochmann sobre o tema “Emprego no Brasil: diagnóstico e perspectiva” .

Homenagem
Economista afirma que o Brasil gera empregos de baixa qualidade (imagem 1)

O evento foi aberto pelo presidente do TRT-MG, desembargador Tarcísio Alberto Giboski, que condecorou o palestrante com a Medalha do Mérito Judiciário do Trabalho Juiz Ari Rocha, no grau Oficial. Márcio Pochmann foi indicado para receber homenagem com a Ordem do Mérito pelo Desembargador do TRT Maurício Godinho Delgado. Pochmann é graduado em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Ciência Econômica pela Unicamp. Professor livre-docente na Unicamp, ele é autor de vasta bibliografia e extensa pesquisa sobre as relações de trabalho no Brasil.

Economista afirma que o Brasil gera empregos de baixa qualidade (imagem 2)
desembargadores Maurício Godinho Delgado, José Roberto Freire Pimenta, diretor da Escola Judicial do TRT-MG, Tarcísio Alberto Giboski, presidente do TRT-MG, economista Márcio Pochmann e o desembargador Luiz Otávio Linhares Renault
Brasil não cria empregos para a classe média

Durante a palestra, Pochmann apresentou crítica ao atual modelo econômico, que gera empregos de baixa qualidade. De acordo com o economista, os números são preocupantes, pois apontam para redução nos postos de trabalho com maior remuneração. Conforme dados apresentados, de 1999 a 2005, foram criados 11,5 milhões de empregos com salários de até um salário mínimo; 9,4 milhões com salários de 1 a 2,5 salários mínimos e destituídos mais 5,5 milhões com salários superiores a dois mínimos. Ou seja, foram criados 15,4 milhões de empregos, com salários mais baixos. “Não se está criando emprego para a classe média. Presenciamos no Brasil uma fuga de cérebros; jovens com escolaridade média de 12 anos estão saindo do país.” Conforme Pochmann, há hoje de 140 a 160 mil jovens fora do Brasil, que transferem 7 bilhões de dólares anualmente para o exterior.

Revolução tecnológica

Durante sua exposição, o economista afirmou que estamos vivendo a mais grave crise da república brasileira, mas o cenário não é tão sombrio. Para Pochmann, após 22 anos de democracia continuada no Páis, temos a inédita oportunidade de dar um salto na possibilidade de construção de uma sociedade superior.

Ele explica que o país atrasou-se muito por ter permanecido à margem das grandes revoluções tecnológicas, ocorridas de 1750 a 1810 e de 1870 a 1910, “mas agora, estamos no início da revolução tecnológica e com possibilidade de usufruir as transformações técnicas do capitalismo, que podem proporcionar redução da jornada de trabalho para quatro horas diárias e, com isso, abertura de novos postos de trabalho”, afirma.

A palestra teve como debatedor o desembargador Luiz Otávio Linhares Renault e foi encerrada pela vice-presidente judicial do TRT-MG, desembargadora Maria Laura Franco Lima de Faria.

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