Magistrados e servidores discutem a execução processual trabalhista
Aberto nesta quinta-feira, no TRT-MG, o seminário “A Efetividade da Execução no Processo do Trabalho – novas perspectivas”, promovido pela Escola Judicial. O desembargador Antônio Álvares da Silva foi o primeiro expositor do evento, que prosseguirá amanhã, sexta-feira, a partir das 9h.
O desembargador Paulo Roberto Sifuentes Costa, presidente do TRT-MG abriu o evento, que teve como debatedores o desembargador José Murilo de Morais e a juíza do trabalho substituta Thaís Macedo Martins Sarapu.
Ao iniciar a exposição sobre “A Efetividade da Execução no Processo do Trabalho - a aplicação da CLT, do CPC e da Lei de Executivos Fiscais”, o desembargador Antônio Álvares destacou as contradições entre o que promete a Constituição e o grande número de processos que aguardam execução no Brasil. De acordo com dados do TST, somente na justiça trabalhista, são de 2.800 a 3 milhões de processos nessa situação, o que deixa frustrados aqueles que tiveram reconhecido o direito de receber os créditos, lembrou o desembargador. Ele questiona, então, “onde fica a promessa constitucional de resolver os processos em tempo razoável”?.
Antônio Álvares lembra outro problema inerente à execução, devido à demora na sua efetivação, que é a correção dos valores dos créditos trabalhistas, feita por tabela própria. Para o desembargador, por uma questão de justiça com o trabalhador, esses créditos deveriam ser corrigidos pela taxa selic, percentual aplicado aos créditos tributários, que é bem superior ao aplicado pela tabela de correção dos créditos trabalhistas.
Outra proposta levantada pelo expositor foi a criação de um fundo de indenização trabalhista com objetivo de pagar as indenizações quando o empregador não dispuser de bens para garantir o pagamento da dívida. Esse fundo, a ser criado por lei específica, garantiria a execução trabalhista e seria integrado por multas decorrentes de condenações trabalhistas e administrativas oriundas da fiscalização do trabalho. Essa proposta já foi discutida pelo desembargador com parlamentares em Brasília, na comissão de reforma das leis trabalhistas.
Os desembargadores José Murilo de Morais, Paulo Roberto Sifuentes Costa, Luiz Otávio Linhares Renault, diretor da Escola Judicial e a juíza Thaís Macedo Martins Sarapu (foto: Lucineide Pimentel) |
O seminário reúne, no plenário do TRT-MG, magistrados, seus assessores e assistentes, diretores de secretaria e oficiais de justiça da Capital e Região Metropolitana de BH.
Amanhã, a partir de 9h, os trabalhos serão reabertos com o painel A Efetividade dos Convênios Interinstitucionais e a Garantia da Execução nas hipóteses de ocultação do patrimônio pelo devedor, com Rogério Neiva, juiz do trabalho substituto da 10ª Região, Distrito Federal e Tocantins.
O projeto Leis & Letras fará, às 17h30min, o lançamento da 76ª edição Revista do TRT-MG, com a presença do ministro Manoel Mendes de Freitas, aposentado do TST.
A Escola Judicial emitirá certificado aos participantes do lançamento da revista.