Alunos de Direito da UFMG utilizam Laboratório de Práticas Trabalhistas
Pela primeira vez, alunos da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG participaram de uma aula no Laboratório de Práticas Trabalhistas do Centro de Memória do TRT da 3ª Região, instalado no seu Arquivo-Geral, em Belo Horizonte. Os alunos são integrantes da turma da manhã do 9º período da Faculdade de Direito e foram orientados pela professora Adriana Goulart de Sena Orsini, juíza do Trabalho titular da 35ª Vara do trabalho de Belo Horizonte, que leciona na instituição desde 1999.
A juíza Adriana Goulart de Sena Orsini disse que a ida da turma da UFMG ao laboratório faz parte de uma proposta metodológica de sua disciplina, Direito Processual do Trabalho, de sair da aula puramente discursiva para outras dinâmicas. "A turma topou vir aqui ao laboratório para poder, na prática, folhear processos e ver como o Direito Material do Trabalho e o Direito Processual do Trabalho se realiza dentro de um processo, ou seja, como a Justiça do Trabalho realiza o direito e o processo do trabalho", explicou. A professora ressalta que o laboratório proporciona aos alunos uma visão ampla no processo, "já que aqui eles têm o tempo deles, onde podem parar, analisar uma petição, como o advogado a escreveu, se a ata foi bem feita, e como aquilo que está escrito no código se realiza na prática".
Os alunos usaram luvas descartáveis para manusear os processos, que fazem parte do acervo de cerca de 230 mil processos judiciais preservados para a guarda permanente |
Os alunos se dirigiram ao laboratório trazendo consigo um relatório preliminar, onde é estabelecido o que deve ser observado nos autos findos. Ao final, segundo Adriana Sena Orsini, eles devem fazer uma comentário sobre o processo e sobre o que eles acharam da atividade, "para que seja avaliado o que foi ou não positivo, sempre na perspectiva de fazer esta ponte entre universidade e Justiça do Trabalho", enfatiza.
Lembrando da época em que também foi aluna, a juíza disse que encontrou dificuldades porque "não havia esta prática nem acesso ao manuseio de processos, e este contato é uma dinâmica extremamente importante para o aluno, especialmente numa disciplina que é prática e que é processual, ou seja, ela tem a prática do processo inserida dentro do seu conteúdo metodológico e dinâmico também".
Segundo a historiadora Maria Aparecida Cunha, coordenadora do projeto de catalogação de processos trabalhista do Centro de Memória e Arquivo-Geral, o acervo "é fruto de um programa de gestão documental que é implementado pela instituição desde 2001 com o objetivo de preservar uma amostragem significativa dos julgamentos na instituição, das relações de trabalho, e dos contextos históricos das demandas trabalhistas". (Solange Kierulff)
(fotos: Solange Kierulff) |