Coral Acordos & Acordes ganha as estradas de Minas
O Coral Acordos & Acordes, do TRT-MG, apresentou-se na noite desse domingo, na Igreja Matriz da histórica Pitangui, no Centro-Oeste Mineiro, em comemoração aos 297 anos da cidade. Prestigiada pelo prefeito do município, Evandro Mendes e a primeira dama Nágela Morais; pela vice-prefeita Maria Isabel Abreu Corgosinho, bem como por Iole de Freitas Barcelos Abreu e Helena Maia Gouthier Caldas, secretárias municipais, respectivamente de governo, e Turismo, Cultura e Patrimônio Histórico, e a interina Aline Faria Cançado, a apresentação foi assistida por um bom público, que aplaudiu de pé o coral pela interpretação do hino do município (não oficial).
Fotos Selma Assis/Giovanni Pereira |
Regido pela maestrina Marisa Helena Simões Gontijo e acompanhada ao piano pela desembargadora aposentada Cleube de Freitas Pereira, o coral interpretou, além do referido hino, Cantate Domino (Haendel), Aleluia (John Williams), Mas Vale Trocar (Juan Del Encina), We Shall Overcome (Negro Spiritual), Rosa Amarela (Villa Lobos), Prelúdio de Ninar Gente Grande (Luiz Vieira, arranjo de N. Santiago), Amo-te Muito (João Chaves, arranjo de Afrânio Lacerda), Pompa e Circunstância (Edward Elgar) e Va Pensiero (Giuseppe Verdi). O público também teve a oportunidade de apreciar o solo de Ave Maria (Giulio Caccini), na voz da maestrina.
Segundo texto de José Eustáquio Lopes de Faria Júnior, disponível no site oficial do município, Pitangui foi a sétima vila criada em Minas Gerais, no chamado Ciclo do Ouro, em 1715, sendo elevada à cidade em 1855, e teve grande importância na luta pela independência do Brasil: "Entre 1713 e 1720, aconteceram as primeiras revoltas pitanguienses contra as imposições da Coroa Portuguesa, sendo a primeira, a Sublevação da Cachaça. A Revolta de 1720, liderada por Domingos Rodrigues do Prado, contra a cobrança do quinto do ouro, conclamava que quem pagasse, morria . Apesar da derrota da Vila de Pitangui, os pitanguienses não pagaram e Conde de Assumar, então governador da Capitania, teve, contrariamente à sua vontade, de anistiar a dívida, dizendo que essa Vila deveria ser queimada para que dela não se tivesse mais memória . Foi a 1ª grande revolta contra a Coroa, antes mesmo da de Felipe dos Santos, em Ouro Preto".
Segundo Eustáquio Lopes, "Pitangui é um verdadeiro centro de DNA político", origem de muitos políticos tradicionais da história do país. Na política Pitanguiense, com projeção nacional, ele destaca Gustavo Capanema, Martinho Campos, Olegário Maciel, Ivan Pedro de Martins e Benedito Cordeiro dos Campos Valadares, e duas matriarcas que viveram na cidade: Maria Tangará e D. Joaquinado Pompéu.
Como pontos turísticos da cidade, o autor destaca as "capelas e igrejas do século XVIII e XIX, charmosas fazendas coloniais, casarões de grandes personalidades, minas de ouro desativadas, além do Chafariz da Praça e da Mina de água da Lavagem, marcos, respectivamente, da chegada da água potável em Pitangui e da lavagem do ouro pelos garimpeiros no início do século setecentista". O Instituto Histórico de Pitangui, ainda de acordo com o autor, "guarda um dos principais acervos sacros do Estado e o mais completo arquivo judicial do Centro-Oeste Mineiro, um dos maiores do país, além de relíquias da história econômica, indígena, de Museu da Imagem e do Som, máquinas tipográficas, mobiliário de época e peças de período de guerras e escravocrata".
Pitangui, portanto, tem muita atração, tem muita história, e fica pertinho de Belo Horizonte. Vale a pena conferir. O Coral Acordos & Acordes é patrocinado pela Caixa Econômica Federal. (Walter Salles)