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Leis & Letras sobre Hannah Arendt inova com apresentação musical

publicado: 25/06/2014 às 17h10 | modificado: 25/06/2014 às 20h10
Leis & Letras sobre Hannah Arendt inova com apresentação musical (imagem 1)
Matheus Brant, desembargadoras Mônica Sette Lopes e Emília Facchini, juiz Mauro César Silva e Ana Paula Rapolês Torres (fotos: Madson Morais)

Palestra do Projeto Leis & Letras, na tarde desta quarta-feira (25), abordou o conteúdo de dois livros tratando sobre o pensamento da filósofa e jornalista Hannah Arendt. Antes da apresentação dos autores dessas obras, a Segunda Vice-Presidente do TRT-MG e diretora da Escola Judicial, desembargadora Emília Facchini, falou sobre a pensadora alemã, sua história de vida, a atualidade de suas ideias e a repercussão para o mundo do trabalho.

Desconstituir a falsa oposição entre direito e política é um dos objetivos de "Direito e Política em Hannah Arendt", publicação apresentada pela sua autora, Ana Paula Rapolês Torres, que é servidora do TRT-MG. A palestrante falou desse e de outros temas da sua obra, citando a concepção de política e direito de Hannah Arendt como espaço de rupturas e inovações que se desenvolvem de acordo com que é permitido pelas contingências.

A segunda apresentação esteve a cargo do músico e advogado Matheus Brant, que tratou do conteúdo de seu livro "A Música e o Vazio no Trabalho - Reflexões jurídicas a partir de Hannah Arendt". Ideias da obra como dialogo entre filosofia e política, tempo de trabalho e de não trabalho, necessidades físicas de sustento como motivadoras da atividade laboral e reflexões para o direito do trabalho a partir do pensamento da filósofa estiveram presentes numa exposição que combinou fala e música. Cinco obras musicais compostas pelo autor para tratar desses assuntos foram por ele apresentadas, com o acompanhamento do músico Everton Coroné, no acordeon.

Leis & Letras sobre Hannah Arendt inova com apresentação musical (imagem 2)
Ana Paula Rapolês Torres e Matheus Brant

No papel de debatedora, a desembargadora Mônica Sette Lopes fez uma conexão das idéias expostas nas duas apresentações a partir da forma como ambas trabalharam com o elemento "tempo". Refletindo sobre como as abordagens do conceito podem ser aproveitadas para o Direito do Trabalho, ela defendeu a necessidade de superar a monetarização do tempo presente na legislação, que não permite considerar a diversidade das atividades que são julgadas. A ideia de tempo também foi resgatada para a defesa da construção de um futuro com inovações.

Ao fazer as considerações finais, o coordenador acadêmico da Escola Judicial, juiz Mauro César Silva, defendeu a ideia de que seria positivo se os operadores do direito pudessem deixar de se ater à concepção linear do tempo. Para ele, além da dimensão numérica, é possível medir o tempo a partir de uma percepção de intensidade. O coordenador acadêmico também defendeu uma atuação da Escola Judicial "dentro dessa ideia que Hannah Arendt pregava, de inovar". (David Landau)

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