Juízas do TRT-MG levam palavras de otimismo a alunos de Escola Municipal de BH
Resumo em texto simplificado
Nesta segunda-feira (4/11), juízas do TRT-MG visitaram a Escola Municipal Tancredo Phídeas Guimarães, em Belo Horizonte, para discutir equidade, letramento racial e esperança com cerca de 150 alunos. A juíza Luciana Rodrigues abordou a importância da autodeclaração e das políticas afirmativas, enquanto Priscila Rajão compartilhou sua trajetória pessoal como inspiração. Alunos e educadores destacaram a relevância dessas discussões dentro do contexto do ensino público.
Saiba mais sobre esta iniciativaNesta segunda-feira (4/11), magistradas do TRT-MG visitaram a Escola Municipal Tancredo Phídeas Guimarães, em Belo Horizonte, e conversaram com os alunos sobre equidade, letramento racial e esperança. Cerca de 150 estudantes participaram da atividade, uma iniciativa do Centro de Memória/Escola Judicial em colaboração com o comitê regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade.
A juíza titular da 1ª Vara do Trabalho de Itabira, Luciana Rodrigues, apresentou palestra sobre letramento racial, um conjunto de práticas pedagógicas para desenvolver a consciência para reconhecer, criticar e combater atitudes racistas. Durante a conversa, a magistrada ressaltou a importância da autodeclaração para adoção de políticas afirmativas como as cotas sociais, e ainda trouxe exemplos de personalidades negras que se destacam nas suas profissões para inspirar a plateia.
A magistrada afirmou que iniciativas como essa são significantes. “É uma oportunidade de trazer o trabalho do Tribunal para dentro da comunidade. A questão racial está sendo tratada tanto no âmbito do judiciário, quanto no âmbito legislativo e executivo. As cotas raciais, por exemplo, permitem uma participação maior de negros nas decisões que serão tomadas, pensando num futuro melhor no país”, avalia.
Inspiração
Na sequência, a juíza titular da 3ª Vara do Trabalho de Governador Valadares, Priscila Rajão, contou aos alunos sua experiência pessoal de vida, relatando o tempo que estudou em escola pública, a época de bolsista na universidade até a concretização do desejo de se tornar uma magistrada.
“Hoje realizo o sonho de voltar a uma escola pública, minha origem. Estou devolvendo um pouquinho do que o ensino público me deu. E deixo aqui a mensagem de que, com muito esforço, muita dedicação, é possível atingir os objetivos. Então, não desistam dos seus sonhos, lutem e persistam”.
Mudando vidas
A aluna Yasmin Rakely, de 14 anos, confessa que “o que as juízas falaram sobre não desistir dos nossos sonhos me tocou. Eu precisava muito de escutar isso pra não desistir do meu sonho de ser advogada, porque minha família tinha falado que eu não conseguiria, que ninguém da família é advogada e que era pra eu desistir. Então lá no fundo do meu coração, essa palestra acendeu uma luzinha pra eu não desistir desse sonho”.
Jordana Veríssimo, psicóloga da escola, compartilha a importância de se discutir o tema da questão racial nas escolas. “Eu vim de colégio público e houve um longo processo na minha vida para eu me entender como uma mulher negra. E esse tipo de discussão é um caminho para que esses meninos e meninas possam se conhecer melhor e compreenderem onde querem chegar”.
Por fim, Amador Filho, coordenador pedagógico geral, ressalta que “a Escola já tem um trabalho que discute as questões étnico-raciais desde o início do ano e a nossa proposta é que essa seja uma temática permanente aqui dentro. E essa ação de hoje complementa o trabalho que já estamos fazendo. É muito importante que os nossos alunos ouçam e vejam pessoas negras ou que saíram de escolas públicas e alcançaram lugares de poder na sociedade, legitimando tudo que temos trabalhado com eles”, concluiu.