Dia 21 de Janeiro: Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa – campanha alerta sobre práticas discriminatórias no ambiente de trabalho
Neste 21 de janeiro, o TRT-MG reafirma seu compromisso de combater a intolerância religiosa e garantir um ambiente de trabalho onde todos possam exercer suas crenças ou convicções de forma livre e respeitosa.
Lembre-se: respeitar as diferenças religiosas é uma demonstração de cidadania e empatia que fortalece nossas relações e contribui para uma sociedade mais justa e igualitária.
Conheça mais sobre cada uma das principais religiões no Brasil:
Cristianismo:
O cristianismo é uma das maiores tradições religiosas do mundo, abrangendo diversas denominações e práticas. De igrejas históricas como o catolicismo até comunidades protestantes e evangélicas, cada vertente possui características únicas, mas todas compartilham a centralidade de Jesus Cristo.
- Catolicismo - O Catolicismo é a maior vertente do Cristianismo no Brasil, de acordo com o censo demográfico realizado em 2010. A Igreja Católica acredita na autoridade do Papa e nas tradições que surgiram ao longo de sua história, como os sete sacramentos (batismo, eucaristia, confirmação, reconciliação, unção dos enfermos, matrimônio e ordem). Os católicos celebram importantes festas religiosas, como o Natal, a Páscoa e a Semana Santa, e são conhecidos pela devoção a santos e à Virgem Maria.
- Protestantismo - O Protestantismo surgiu no século XVI com a Reforma Protestante, liderada por figuras como Martinho Lutero, que criticou as práticas da Igreja Católica. Os protestantes acreditam na autoridade exclusiva da Bíblia (sola scriptura) e na salvação pela fé. No Brasil, existem diversas denominações protestantes, incluindo as tradicionais, como os luteranos e reformados, e as mais recentes, como os pentecostais. Cultos, orações e a leitura da Bíblia são centrais para a vida religiosa protestante. Dentro do Protestantismo como um todo, os pentecostais se destacam por enfatizarem as manifestações do Espírito Santo, como o dom de línguas, a profecia e os milagres, que são vistos como evidências tangíveis da atuação divina. Essa vertente emergiu no início do século XX, trazendo renovação espiritual para denominações protestantes tradicionais, mas mantendo pontos fundamentais da Reforma Protestante, como a sola scriptura (a autoridade exclusiva da Bíblia).
- Evangelicalismo - É um movimento dentro do Protestantismo que ganhou grande força nas últimas décadas no Brasil. Os evangélicos enfatizam uma relação pessoal com Deus, a pregação do evangelho e o batismo por imersão. As igrejas evangélicas no Brasil incluem as de linhagem pentecostal, neopentecostal e outras. As celebrações são marcadas por cultos vibrantes, com música e louvores, e o compromisso com a evangelização e a transformação pessoal através da fé. No Evangelicalismo, o pentecostalismo é um dos ramos mais influentes, caracterizado por cultos dinâmicos e fortemente emocionais. Aqui, o pentecostalismo vai além de uma prática teológica e assume também um papel cultural, com ênfase em louvores vibrantes, adoração intensa e a busca por uma experiência religiosa transformadora. No Brasil, as igrejas pentecostais são amplamente associadas ao Evangelicalismo, embora o termo "evangélico" também inclua outras denominações.
- Espiritismo: Codificado por Allan Kardec no século XIX, é uma doutrina que combina aspectos religiosos, filosóficos e científicos, baseada na crença na imortalidade da alma e na comunicação entre o mundo espiritual e o mundo material. Fundamentado em obras como O Livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espiritismo, o espiritismo propõe a existência de Deus como causa primária de tudo, a evolução moral e intelectual do ser humano por meio de sucessivas reencarnações e o princípio de responsabilidade individual. Os ensinamentos espiritistas enfatizam valores como a caridade, a fraternidade e a busca por um entendimento racional dos fenômenos espirituais, com o objetivo de promover a transformação interior e a harmonia social.
Cada uma dessas vertentes do Cristianismo possui práticas e crenças distintas, mas todas compartilham a centralidade de Cristo como Salvador e a importância de viver conforme os ensinamentos bíblicos.
Religiões Afro-brasileiras
As religiões afro-brasileiras são manifestações religiosas originadas da fusão das tradições espirituais africanas trazidas pelos povos escravizados ao Brasil com elementos das culturas indígenas e do cristianismo europeu, especialmente do catolicismo. Elas constituem um importante patrimônio cultural do país, representando resistência, identidade e conexão espiritual. As religiões afro-brasileiras têm um papel significativo na formação da identidade cultural do Brasil, refletindo a riqueza das contribuições africanas. Apesar disso, elas enfrentam desafios como o preconceito religioso e o racismo estrutural, o que torna urgente a promoção do respeito à diversidade religiosa.
Entre as principais religiões afro-brasileiras destacam-se o Candomblé e a Umbanda, cada uma com características e práticas próprias:
- Candomblé: o Candomblé é uma religião de matriz africana que cultua os orixás, divindades associadas à natureza e aos elementos fundamentais da vida, como água, fogo, terra e ar. Cada orixá possui características próprias, histórias (os mitos ou Itans), cores, comidas e músicas específicas. No Candomblé, a dança, os ritmos dos atabaques e as oferendas são formas de honrar os orixás. A prática do Candomblé varia conforme a origem étnica das tradições africanas que influenciam cada terreiro, como os povos nagôs, jejes e bantos. É uma religião iniciática, na qual o vínculo com o orixá é reforçado por rituais de iniciação e dedicação.
- Umbanda: A Umbanda é uma religião sincrética, que combina elementos das tradições africanas, indígenas, católicas e do espiritismo kardecista. Seus seguidores acreditam na comunicação com espíritos de diferentes níveis de evolução, como os guias espirituais conhecidos como pretos-velhos, caboclos e crianças, que oferecem aconselhamento e ajuda espiritual. A Umbanda valoriza práticas como o uso de pontos cantados (músicas), oferendas simbólicas e rituais de limpeza espiritual. Ela promove a caridade e o desenvolvimento espiritual de seus praticantes
Islamismo, Judaísmo e Religiões Orientais
O Brasil é um país de rica diversidade religiosa, e cada religião traz consigo tradições e valores que merecem ser respeitados. É essencial compreender e valorizar as práticas do Islamismo, Judaísmo e das Religiões Orientais, para que possamos conviver em harmonia e com respeito.
- Islamismo: É uma religião monoteísta, que acredita na existência de apenas um Deus, chamado por eles de Allah. Embora praticado por uma minoria no Brasil, o Islamismo é uma religião centrada no Alcorão, que reúne as revelações de Allah ao profeta Maomé, e valoriza práticas como as cinco orações diárias e o jejum durante o mês do Ramadã. Os muçulmanos também praticam a caridade e o cumprimento dos princípios de justiça e bondade. No entanto, a falta de conhecimento sobre o Islã frequentemente leva à estigmatização e ao preconceito. Respeitar suas práticas e crenças é fundamental para promover um ambiente inclusivo.
- Judaísmo: O Judaísmo é uma das religiões monoteístas mais antigas e tem uma rica história marcada por tradições como o Shabat (dia sagrado de descanso semanal) e festivais como o Yom Kipur (dia de perdão) e o Pessach (celebração da libertação dos judeus do Egito). Os judeus seguem a Torá e suas práticas incluem orações diárias e o cumprimento de preceitos que enfatizam a ética e o bem-estar da comunidade.
- Religiões Orientais (Budismo e Hinduísmo): As religiões orientais, como o Budismo e o Hinduísmo, focam na busca pela paz interior e no autoconhecimento. O Budismo ensina a meditação, o desapego e o caminho para a iluminação, enquanto o Hinduísmo tem uma visão de mundo baseada na harmonia universal e na prática de rituais que buscam a elevação espiritual. Ambas as religiões enfatizam a importância da calma interior e do respeito por todas as formas de vida.
Religiões Indígenas e a Diversidade de Crenças
O Brasil é um país de diversidade religiosa e cultural, e é essencial que respeitemos todas as crenças, incluindo as religiões indígenas e aqueles que se identificam como Sem Religião.
- Religiões Indígenas: As religiões indígenas são práticas espirituais profundamente ligadas à natureza, aos ancestrais e ao equilíbrio com o mundo espiritual. Para muitos povos originários no Brasil, essas crenças são fundamentais para a identidade cultural e o entendimento de seu papel no mundo. Rituais, cantos, danças e o respeito pela terra e pelos seres vivos são essenciais para a manutenção da harmonia entre o físico e o espiritual. Essas tradições, no entanto, são frequentemente marginalizadas e desrespeitadas, sendo alvo de incompreensão e intolerância.
- Sem Religião (Ateus e Agnósticos): A população sem religião no Brasil inclui ateus (que não acreditam em nenhum tipo de divindade) e agnósticos (que acreditam que a existência de Deus ou divindades é incognoscível). Apesar de sua crescente presença na sociedade, essas pessoas muitas vezes enfrentam preconceito, especialmente em ambientes que pressupõem a prática de rituais ou crenças religiosas. O respeito por sua escolha de vida sem imposições religiosas é crucial para garantir um ambiente de trabalho inclusivo e respeitável
Dicas de filmes sobre a temática:
- Do meu lado (2014) - Este curta-metragem de Tarcísio Lara Puiati trata da intolerância religiosa de forma poética e reflexiva. Ele conta a história de duas vizinhas, uma evangélica e uma umbandista, que vivem uma ao lado da outra, dividindo a mesma parede. A convivência entre elas começa tensa, mas ao longo do tempo, elas começam a se entender e ajudar, criando um diálogo entre suas crenças. O filme transmite a mensagem de que a convivência respeitosa e a ajuda mútua podem superar as diferenças religiosas.
- Àkará, no fogo da intolerância (2020) - Este documentário, dirigido por Claúdia Chávez, aborda a intolerância religiosa e o racismo sofrido pelas religiões de matriz africana, usando o àkará (ou acarajé de Iansã) como símbolo da luta. O filme denuncia o processo de apropriação do acarajé por grupos evangélicos que tentaram rebatizá-lo como "bolinho de Jesus", uma tentativa de subverter a tradição religiosa afro-brasileira. Através do alimento sagrado, o documentário discute a perseguição religiosa e cultural das religiões de matriz africana no Brasil.
- O casamento de May (2013) - Este longa-metragem explora os conflitos gerados pela intolerância religiosa, especificamente no contexto de um casamento entre May, uma mulher muçulmana, e um homem cristão. A história se desenrola a partir das dificuldades que May enfrenta com sua família cristã em relação ao seu casamento com um muçulmano, além de abordar as tensões entre modernidade e tradição, e as estruturas sectárias presentes no Oriente Médio. O filme oferece uma visão sobre como a intolerância religiosa pode impactar a vida pessoal e social.
- A Cabana (2017) – Baseado no best-seller de William P. Young, o filme lida com a perda, a dor e a busca por respostas para a tragédia, abordando questões de fé e a relação com Deus de forma que toca na intolerância religiosa e no preconceito.
- O Passado (2007) – Dirigido por Asghar Farhadi, esse drama iraniano explora as tensões religiosas e culturais em uma família, lidando com as complexidades das escolhas pessoais e os conflitos gerados por ideologias diferentes.
- O Código Da Vinci (2006) – Baseado no livro de Dan Brown, o filme gira em torno de uma busca por respostas que desafiam conceitos religiosos estabelecidos, trazendo à tona questões de intolerância religiosa em torno da Igreja Católica e suas doutrinas.
- Fé e Esperança (2018) – Este filme grego aborda um período histórico em que a intolerância religiosa entre cristãos e muçulmanos estava em ascensão, e como isso impactou a vida das pessoas envolvidas.
- As Cores da Alma (2007) – O filme conta a história de um jovem que, ao se envolver com uma comunidade muçulmana, enfrenta rejeição e hostilidade, explorando como os preconceitos religiosos afetam a convivência
- O Jardim do Mal (1997) – Direcionado por Alan J. Pakula, trata da perseguição religiosa e as tensões existentes entre os judeus e os protestantes, com uma trama que destaca as repercussões do fanatismo.
- O Fim do Mundo (2012) – Este drama pós-apocalíptico apresenta um grupo de pessoas que se refugiam em uma igreja para escapar da destruição, mas as disputas religiosas internas ameaçam sua sobrevivência.
- Sob o véu do islã- Um documentário poético e repleto de belas imagens que busca dar uma ideia dos motivos que levam brasileiras a aderirem ao islamismo (7 em cada 10 revertidos são mulheres, segundo pesquisas da União da Entidades Islâmicas), como se sentem praticando a religião, como vivem em casa, no convívio com a sociedade, no trabalho, o que representa o véu para a mulher islâmica e como as brasileiras vêem e usam esse acessório característico da religião.