Projeto Vale a pena conciliar encerra 2025 com balanço positivo na Justiça do Trabalho
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Resumo em texto simplificado
O Projeto Vale a Pena Conciliar, iniciado e coordenado pela juíza Andréa Rodrigues de Morais, avançou significativamente em 2025, focando na resolução de disputas trabalhistas envolvendo a mineradora Vale, com a participação do TRT-MG, Ministério Público do Trabalho (MPT) e outros envolvidos. O projeto tem como objetivo aumentar a conciliação e reduzir o tempo de duração dos processos judiciais. Em 2025, o projeto foi um sucesso, com taxas de acordo superiores a 80% nas audiências realizadas, especialmente no segundo semestre. A Vale se destacou como a empresa com o maior número de acordos trabalhistas na Justiça do Trabalho naquele ano. Durante um evento realizado em dezembro de 2025, os dados apresentados mostraram resultados positivos, como um percentual de acordo global em torno de 70% e até 98% em alguns casos com sindicatos. O presidente empossado do TRT-MG, Sebastião Geraldo de Oliveira, elogiou os números, mas enfatizou que é necessário trabalhar para eliminar a causa raiz dos conflitos, antes que se tornem processos judiciais. A advogada Tatiane Vaz, da Vale, também destacou os benefícios do projeto, como a redução da litigiosidade e o aumento do diálogo entre as partes. Além disso, o TRT-MG planeja expandir a conciliação em outras áreas em 2026, com a criação de mais centros especializados, e focar na redução da litigiosidade, alinhado com a Agenda 2030 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que incentiva a cultura da conciliação no Brasil.
Saiba mais sobre esta iniciativaO ano de 2025 consolidou o avanço do projeto Vale a pena conciliar, uma iniciativa que reúne o TRT-MG, o Ministério Público do Trabalho (MPT), além do departamento jurídico da mineradora Vale e de escritórios responsáveis por processos trabalhistas envolvendo funcionários e terceirizados da empresa. O projeto, idealizado e coordenado pela juíza Andréa Rodrigues de Morais, supervisora do Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas do TRT-MG (Cejusc de 2º grau), tem conseguido avançar significativamente no percentual de acordos trabalhistas, não só na 2ª instância, como também nas Varas trabalhistas, evitando o prolongamento dos processos judiciais. A Vale foi a empresa que mais negociou acordos na Justiça do Trabalho em 2025.
O balanço positivo foi apresentado aos envolvidos num encontro realizado nesta terça-feira (16/12), na sede do Cejusc 2, no prédio da Administração do TRT-MG, do qual participaram representantes do departamento jurídico da Vale, de escritórios terceirizados e de sindicatos representativos dos trabalhadores da empresa. Em reuniões realizadas com representantes da Vale, do sindicato Metabase, e do próprio TRT-MG, os indicadores de conciliação alcançaram percentuais superiores a 80% nas audiências específicas promovidas pelo projeto no segundo semestre de 2025, segundo dados oficiais divulgados pela Justiça do Trabalho de Minas Gerais. O Vale a pena conciliar é um desdobramento do Programa Interjus – TRT-MG/MPTMG e conta com o apoio do Núcleo de Cooperação Judiciária do Regional trabalhista mineiro.

Participaram da reunião de balanço do Vale a pena conciliar, a juíza Andréa Rodrigues de Morais, supervisora do Cejusc2, Ana Raquel Latorre Ribeiro, chefe de divisão do Cejusc2, Caroline de Souza Pereira Rossi Vieira, Conciliadora responsável pelo Projeto Vale; os representantes do jurídico da empresa: Thalita Lucchesi, Tatiane Vaz e Paulo dos Anjos; os advogados Flávia Alexandra Wildemberg da Silva, Christine Diniz Souza Ferreira e Maria Odette Guerra Henriques Lacerda; Fernanda de Castro Pereira Cipriano, Plinyo Máximo Salome e Marcelo de Castro Pereira; Evelyn Elen dos Santos Almeida, Jullyannaĥ Matos e Michel Pires Pimenta Coutinho; além do procurador do MPT, Arlélio de Carvalho Lage.
Projeto alavanca números da conciliação na JT
Plínyo Máximo Salom, representante do Sindicato Metabase de Mariana, elogiou a iniciativa do projeto. “Pelo movimento sindical, a via da conciliação é hoje o melhor caminho, sem sombra de dúvidas, porque nos traz mais agilidade, permite-nos trazer para o substituído o seu direito de uma forma rápida, ágil, de forma que ele consiga usufruir desse direito”, destacou.
A advogada Maria Odete Lacerda agradeceu aos envolvidos: “Fechamos o ano com chave de ouro. Tivemos até aqui um resultado muito bom e as perspectivas são ainda melhores para 2026”. A representante do departamento jurídico da Vale, advogada Tatiane Vaz, também comemora o avanço do Vale a pena conciliar: “Esse movimento de conciliação amplia o diálogo entre as partes, reduz a litigiosidade e faz com que as partes eliminem etapas desgastantes, encerrem os processos de maneira pacífica, trazendo benefícios pra todo mundo”, concluiu.

Para o presidente empossado do TRT-MG, que assumirá em janeiro de 2026, e atual coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Nupemec), desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira, que também participou do encontro, os números são positivos, “mas é preciso dar um passo além”, conclamou. “Louvo este encontro, os números positivos, porém devemos trabalhar para eliminar a demanda raiz, evitar que o conflito chegue ao judiciário”, destacou. “Os advogados podem ser protagonistas da solução. Não somente o judiciário. É preciso perseguir a solução do conflito, não o ajuizamento da ação”, concluiu.
A supervisora do Cejusc 2, juíza Andréa Rodrigues de Morais, também comemora a consolidação da iniciativa que, segundo ela, vem numa crescente: “O percentual de acordo global tem girado em torno de pouco mais de 70% e caminhando para melhorar ainda mais. Temos sindicato chegando a um percentual de negociação de 98% de acordos nos processos. Isso é sensacional, porque dessa forma reduzimos o volume de processos para julgamento no nosso Tribunal e também no Tribunal Superior", explicou.
Resultados positivos em todas as instâncias da conciliação
Nesta terça (16/12) também foram apresentados os dados sobre conciliação em outras instâncias da Justiça trabalhista mineira em 2025. O balanço das conciliações realizadas pelo Cejusc 1º Grau traz a evolução da conciliação desde 2022. Mas é importante ressaltar que este balanço não considera números dos Cejuscs do interior do estado. No compilado até novembro deste ano, o balanço do Cejusc 2 também foi positivo e crescente desde o ano passado.
De acordo com desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira, o Tribunal segue com o planejamento de ampliar o número de Centros de Conciliação em Minas Gerais em 2026. Hoje, além dos Cejuscs que atendem à capital, são quatro unidades instaladas no interior. Ele lembrou que uma das metas do Poder Judiciário 2021/2026 é reduzir a litigiosidade. "Se temos uma demanda raiz, vamos eliminá-la, antes que se torne um processo judicial", advertiu.
“Os Cejuscs do TRT-MG têm se mostrado muito eficientes e contribuído para o cumprimento das metas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que preveem o incentivo cada vez maior da cultura da conciliação”, destacou o procurador do MPT, Arlélio de Carvalho Lage.