Respeito à diversidade, estatísticas e impactos na saúde mental marcam abertura da Semana de Combate ao Assédio
“Deixa a máscara cair, que eu quero ver você sorrindo. Ponha fé no seu olhar, que o amanhã será bem-vindo. É preciso provocar a queda das máscaras das instituições que compõem o Estado, incluindo o legislativo e o judiciário”, destacou o senador Fabiano Contarato em sua palestra “O Direito do Trabalho como ferramenta garantidora da efetividade dos Direitos Humanos”, na Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação do TRT-MG, que começou na tarde desta segunda (6), no Plenário 1 do edifício-sede, e vai até sexta (10), com eventos também no auditório da Escola Judicial do TRT-MG.
Ele ainda abordou as diversas formas de preconceito, como os de raça, gênero e orientação sexual na sociedade e no mundo do trabalho. “Quero morrer defendendo a Constituição Federal e combater abusos. Também sou um defensor da Justiça do Trabalho e quero defender esse direito humano essencial de ter dignidade no trabalho”, completou.
Em seguida, o professor e psiquiatra Frederico Garcia falou sobre “Assédio moral em interface com saúde mental: vulnerabilidade, ambiente e sua abordagem”. Ele explicou sobre os significados do trabalho na vida das pessoas e disse que a questão identitária é muito forte e não seria diferente no trabalho, porque ele é parte de nossa identidade. “O trabalho tem uma importância grande em nossa vida psíquica, na percepção de qualidade de vida e, consequentemente, no adoecimento mental. O assédio, por exemplo, é uma forma de manter o outro num lugar inferiorizado, sobretudo em locais também onde não há diversidade”, disse.
Finalizando o dia, a juíza-auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Wanessa Mendes de Araújo, abordou a “A prevenção e o enfrentamento do assédio e da discriminação, sob a perspectiva de gênero e raça no ambiente de trabalho”. Ela trouxe dados da 2ª edição de uma pesquisa do CNJ sobre o tema.
Ela afirmou que “partimos de um pressuposto de que somos só vítimas de assédio, mas também podemos ser assediadores e não percebemos. Essa compreensão é importante para que nos vejamos na dupla posição. Não basta trabalharmos apenas no combate e na prevenção se não percebermos que também podemos ser agentes que praticam alguma forma de discriminação ou assédio. Não podemos ser vanguarda pra fora, sem olharmos pra dentro”.
Mais respeito no combate ao assédio
A presidente do TRT-MG, desembargadora Denise Alves Horta, abriu a Semana, logo após a apresentação musical da Associação Querubins. A coordenadora do Comitê de Ética, Integridade e Combate ao Assédio Moral, desembargadora Rosemary de Oliveira Pires Afonso, relatou que, no combate ao assédio, é necessário ter mais respeito. “Existe algo escondido no assédio e que precisa ser revelado. Assédio institucional também é brutal, assim como os outros tipos”, enfatizou.
A mesa de honra foi composta pela presidente do TRT-MG, desembargadora Denise Alves Horta; pelo 2º vice-presidente e diretor da Escola Judicial, desembargador Emerson José Alves Lage; pela coordenadora do Comitê de Ética, Integridade e Combate ao Assédio Moral, desembargadora Rosemary de Oliveira Pires Afonso; pelo coordenador do Subcomitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio no 2º grau, desembargador Delane Marcolino Ferreira; pelo procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais, Arlélio de Carvalho Lage; pelo coordenador do Subcomitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio no 1º grau, juiz Iuri Pereira Pinheiro; pela presidente da Amatra3, juíza Anaximandra Kátia Abreu de Oliveira; pela presidente da Amat, advogada Cássia Marize Hatem Guimarães, e pela diretora-geral do Tribunal em exercício, Fernanda Melo Costa Pasquoalin.
Consulte a programação completa da Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação no TRT-MG
O evento contou com com transmissão ao vivo pelo canal oficial do TRT-MG no YouTube. Assista abaixo: