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Seminário no TRT debate consequências do mal-estar no trabalho

publicado: 28/09/2018 às 18h54 | modificado: 01/10/2018 às 14h06

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Foto: Madson Morais

Motivados pelos dados alarmantes em relação à saúde mental dos trabalhadores, que têm aumentado nos últimos anos, o Programa Trabalho Seguro, em parceria com a Escola Judicial, Comitê Gestor Local de Atenção Integral à Saúde e Seção de Assistência Psicológica da Secretaria de Saúde, realizou, na manhã desta sexta-feira (28), o seminário “Violências no Trabalho: Mal-estar organizacional”, que aconteceu na sede do TRT-MG, em Belo Horizonte.

Durante o evento, os médicos Álvaro Roberto Crespo Merlo, José Jackson Coelho Sampaio e Helian Nunes de Oliveira expuseram temas relacionados a saúde mental dos trabalhadores e a prevenção do suicídio. Entre as questões abordadas, esteve a pressão sofrida pelos trabalhadores devido aos novos processos de trabalho construídos a partir da competitividade com o cumprimento de metas e prazos exorbitantes, que impacta de forma direta na saúde mental dos indivíduos.

Palestras

Em sua palestra sobre "Processos de trabalho contemporâneo, sofrimento psíquico e a saúde dos trabalhadores", o médico do trabalho Álvaro Roberto Crespo Merlo destacou a importância do trabalho na construção da identidade dos indivíduos e como isso é essencial para a manutenção da saúde mental. “Trabalhar não é apenas produzir, é também uma forma de transformar a si mesmo. Embora o salário seja importante à subsistência em nossa sociedade, o reconhecimento é fundamental para que a saúde mental seja mantida”.

Já na  palestra “Violência e a produção alienada” tema abordado pelo reitor da Universidade Federal do Ceará, José Jackson Coelho Sampaio, entre outros assuntos, foi exposta a dificuldade encontrada pelos profissionais de saúde para diagnosticar patologias originárias de doenças mentais, por causa de sua complexidade.

Também na pauta, ao falar sobre a “Prevenção do Suicídio – Suicídio e mal-estar no trabalho”, o psiquiatra Helian Nunes de Oliveira  apresentou dados do Ministério da Saúde de 2016 que apontam  que mais de 11 mil pessoas - na faixa etária de 15 a 29 anos - tiraram a própria vida no país. 

Para ele, a ausência de dados específicos relacionados ao suicídio motivado por problemas no trabalho dificultam estudos mais aprofundados sobre o tema. E salientou que a ampla discussão sobre o que é adoecer, o que é estar deprimido, estressado e quando procurar ajuda médica são fatores decisivos para redução do estigma em torno da saúde mental.

Debatedora da mesa, a procuradora-chefe do MPT, Adriana Augusta de Moura Souza, elogiou  a importância dos temas e a sua complexidade no cenário atual. “É preciso retomar as práticas de ética humana nos ambientes de trabalho. O assédio moral e o abuso do poder hierárquico rendem, ao Ministério Público do Trabalho em todo o país, 10.013 procedimentos de investigação por motivo de assédio e 6.631 decorrentes de abuso de poder por parte do empregador”.

Encerramento

Encerrando o seminário,  a gestora regional do Programa Trabalho Seguro, desembargadora Denise Alves Horta, afirmou que, a partir do momento em que surge a empatia e a capacidade de ouvir e se colocar no lugar do outro, é possível desenvolver uma relação pautada pela ética.

Além  dos já citados, também presentes ao evento, a 2ª vice-presidente do TRT-MG e diretora da Escola Judicial, desembargadora Lucilde D'Ajuda Lyra de Almeida, o coordenador acadêmico da Escola Judicial, juiz Rodrigo Cândido Rodrigues, e o presidente da Amatra3, juiz Flânio Antônio Campos Vieira.

 

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