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Empresa pode descontar aviso-prévio quando empregado pede demissão para assumir novo emprego

publicado: 27/05/2025 às 08h02 | modificado: 27/05/2025 às 08h02
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Resumo em texto simplificado

O juiz Marcelo Ribeiro, titular da 2ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, considerou válido o desconto feito por uma clínica na rescisão contratual de uma fisioterapeuta e referente ao aviso-prévio não cumprido pela trabalhadora. A profissional pediu a restituição do desconto, amparando-se em entendimentos do TST. Entretanto, o magistrado julgou improcedente o pedido, por entender que a autora se equivocou na interpretação desses entendimentos, que, segundo o julgador, limitam-se ao caso de dispensa sem justa causa. Como a iniciativa da ruptura contratual partiu da própria trabalhadora, o juiz entendeu que a situação autoriza o desconto do aviso-prévio. Segundo o magistrado, não faria sentido algum obrigar o empregador a conceder o aviso-prévio ao trabalhador que optou pela rescisão contratual. Nesse contexto, a decisão considerou correto o desconto do aviso-prévio no ato de rescisão. A Nona Turma do TRT-MG confirmou a sentença.

Saiba mais sobre esta iniciativa

O juiz Marcelo Ribeiro, titular da 2ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, considerou válido o desconto efetuado por uma clínica na rescisão contratual de uma fisioterapeuta que pediu demissão, correspondente ao aviso-prévio não cumprido por ela.

A trabalhadora buscou a Justiça do Trabalho pretendendo receber da ex-empregadora a restituição do desconto realizado na rescisão do contrato de trabalho, amparando-se na Súmula nº 276 e o Precedente Normativo nº 24, ambos do TST, que assim estabelecem, respectivamente:

O direito ao aviso-prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego”.

“O empregado despedido fica dispensado do cumprimento do aviso-prévio quando comprovar a obtenção de novo emprego, desonerando a empresa do pagamento dos dias não trabalhados”.

Entretanto, o magistrado julgou improcedente o pedido, por entender que a autora se equivocou na interpretação desses entendimentos. Conforme explicou na sentença, a aplicação dos enunciados em questão se limita ao caso de dispensa sem justa causa, garantindo-se ao empregador se eximir da concessão do aviso-prévio quando provado que o trabalhador obteve um novo emprego após ser dispensado sem justa causa.

No caso, a iniciativa da ruptura contratual partiu da própria trabalhadora, situação que autoriza o desconto do aviso-prévio. “Não faria sentido algum obrigar o empregador a conceder o aviso-prévio a trabalhador que optou pela rescisão contratual”, ponderou o juiz na sentença, acrescentando que, “na realidade, é obrigação do empregado a concessão do aviso-prévio ao empregador quando opta pela ruptura contratual”.

Nesse contexto, a decisão considerou correto o desconto do aviso-prévio no ato de rescisão. Os julgadores da Nona Turma do TRT-MG confirmaram a sentença na sessão realizada em 14 de maio de 2025.

Processo

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