Você está aqui:

“Mulheres negras convidam”. Evento aborda interseccionalidade de gênero e raça

publicado: 12/03/2025 às 18h10 | modificado: 01/04/2025 às 14h34
Resumo em texto simplificado

O TRT-MG dá seguimento às celebrações do Mês da Mulher, destacando a importância da equidade de raça, gênero e diversidade. O evento "Mulheres negras convidam" cotou com dois painéis sobre os desafios enfrentados pelas mulheres negras no Brasil, abordando temas como racismo, violência e desigualdade. A programação do mês inclui lançamentos, palestras, oficinas e apresentações culturais, além de ações para promover a saúde e o bem-estar das mulheres.

Saiba mais sobre esta iniciativa

O Mês da Mulher continua a todo vapor no TRT-MG. Nesta quarta-feira (12/3), a Escola Judicial recebeu a atividade Mulheres negras convidam, uma iniciativa do comitê regional do Programa de Equidade de Raça, de Gênero e Diversidade. O evento foi aberto pela presidente do Tribunal, desembargadora Denise Alves Horta, e contou com a apresentação da harpista Nalu Pimenta que dedicou, inicialmente, duas músicas às mulheres brasileiras: “Ave Maria” e “Como é grande o meu amor por você”.

Para a magistrada, é fundamental debater a questão da mulher negra no Brasil e, por isso, o Tribunal dedica pelo segundo ano consecutivo, um evento voltado para esse público. “Tratando dos desafios e preconceitos que atingem as mulheres especificamente, é imperioso admitir que os obstáculos são ainda maiores para as mulheres negras, que, em inúmeras ocasiões, têm que impor a sua própria existência”, afirmou Denise. “No contexto herdado e vivenciado pelas mulheres negras no país, avolumam-se casos de silenciamento, racismo, violência, imputação de estereótipos, opressão, corpos subalternizados, sexualização”, completou.

Presidente do TRT-MG abriu o dia de atividades em mais uma ação do Mês da Mulher

Primeiro painel

O primeiro painel do evento foi conduzido pela desembargadora Adenir Carruesco, presidente do TRT-MT e do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor). Durante a sua apresentação, a magistrada lamentou inúmeros episódios de racismo e opressão de gênero em relação a mulheres negras, além de elogiar ações afirmativas, como as cotas raciais, para defender, assim, a igualdade de oportunidades.

Para Adenir, “é muito importante debater os vários aspectos da sociedade que comprometem o desenvolvimento. Ao falar da igualdade de gênero, eu faço um recorte racial, interseccional, pois, quando se fala da vulnerabilidade e da violência contra as mulheres, percebe-se que as mulheres negras são as mais vulneráveis”, afirmou. “Eventos como esse são oportunidades de cada um ter o lugar de fala, de que os invisíveis tenham voz para mostrar as diversas perspectivas da sociedade e para que juntos possamos construir uma sociedade mais justa, mais igualitária e boa de se viver”, disse.

Presidente do Coleprecor participa do Mês da Mulher

Segundo painel

Uma reunião de depoimentos. Foi esse o formato do segundo painel, conduzido pela gestora regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, desembargadora Adriana Goulart de Sena Orsini. Na ocasião, juízas e servidoras negras do TRT-MG convidaram outras representantes para falar sobre a mulher negra no Brasil.

A magistrada explica que essa ação “traz uma ideia de pertencimento, reconhecimento, amizade, sororidade, em que uma mulher negra convida outra mulher negra para compor o painel. É um painel bastante inclusivo, com muitas experiências, e também um amor entre as pessoas que estão aqui, que foram convidadas e que aceitaram o nosso convite”, celebrou.

As convidadas foram a juíza do TRT-MG, Luciléa Lage; a professora de dança do ventre, Simone Silva; a ex-trabalhadora terceirizada do Regional mineiro, Janaína Rodrigues; a estagiária do Foro Trabalhista de João Monlevade, Rafaela Miranda Santos; a estagiária da Escola Judicial, Geovana Sarah Alves de Oliveira; e a harpista e academista da Filarmônica de Minas Gerais, Nalu Pimenta.

A estagiária da Escola Judicial, Geovana Sarah Alves de Oliveira, dá seu depoimento durante o Mês da Mulher no TRT-MG
A estagiária da Escola Judicial, Geovana Sarah Alves de Oliveira, dá seu depoimento durante o Mês da Mulher no TRT-MG

Programação

A programação em alusão ao Mês da Mulher se estende por todo o mês de março. Nesta quinta-feira (13/3), haverá o lançamento da campanha “Mulher e Saúde”, no canal do TRT-MG no youtube. Todo dia, especialistas, em pequenos vídeos, vão trazer dicas importantes para a saúde física e mental das mulheres. Os temas vão desde as consequências da sobrecarga de trabalho para a vida delas, até dicas para equilibrar o estresse, para conciliar melhor a vida social e a vida profissional, para cuidar da saúde cardiovascular e para melhorar a qualidade de vida na maturidade. Já na sexta (14/3), o Mês da Mulher vai trazer bazar, oficinas, palestras com Teuda Bara, atriz e integrante do grupo Galpão, e Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos, além do Pocket show “Divas”, de Ana Espi.

Também neste mês, o Centro Cultural do TRT-MG recebe, no dia 18, o espetáculo da Companhia de Dança do Palácio das Artes, “Poderia ser rosa”. No dia 24, a jornalista do Repórter Brasil, Isabel Harari, fala sobre o trabalho ilegal de adolescentes via plataformas de “delivery” e as interseccionalidades de gênero, raça e classe social. Por fim, no dia 28, haverá uma edição temática do Programa Justiça e Cidadania: “A mulher no mundo do trabalho”.

Veja a programação completa do Mês da Mulher.

Veja galeria de fotos.

Veja o vídeo do evento.

Visualizações: