Em Araxá, caravana firma compromisso de combate ao trabalho análogo à escravidão
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Resumo em texto simplificado
A cidade de Araxá, no Alto Paranaíba, foi a quinta a receber em 2025 a Caravana de Interiorização de Combate ao Trabalho Escravo, iniciativa que reúne o TRT-MG, o Ministério Público do Trabalho (MPT), a OAB-MG e a UFMG. O projeto percorre municípios mineiros com altos índices de violações trabalhistas para mobilizar autoridades e a sociedade contra o trabalho escravo e promover condições dignas de trabalho. A programação realizada nos dias 30 e 31/10, contou com conferência na Câmara Municipal, debates sobre denúncia, corresponsabilidade social e valorização do trabalho decente. Representantes do TRT-MG, como os desembargadores Luiz Otávio Renault e Paula Cantelli, destacaram a importância da conscientização e da ação prática. A Caravana também realizou ações educativas com jovens da Escola Municipal Auxiliadora Paiva, alertando sobre novas formas de exploração, inclusive no meio digital, incentivando-os a reconhecer e denunciar abusos. Em 2025, o projeto já passou por Uberaba, Passos, Manhuaçu e Conceição do Mato Dentro, e ainda visitará Juiz de Fora.
Saiba mais sobre esta iniciativaAraxá, na região do Alto Paranaíba, foi a quinta cidade a receber a Caravana de Interiorização de Combate ao Trabalho Escravo em 2025. A iniciativa reúne representantes do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG), por meio do Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas, do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Seção Minas Gerais) e da Clínica de Combate ao Trabalho Escravo da Faculdade de Direito da UFMG e percorre municípios mineiros que registram altos índices de autuações por violações trabalhistas com o objetivo de mobilizar autoridades e a comunidade local contra as diversas formas de exploração de trabalhadores.
Conscientizar para combater
A programação, realizada nos dias 30 e 31/10, foi aberta com uma conferência na noite de quinta (30/10), na Câmara Municipal de Araxá, onde os representantes das instituições parceiras e também do Poder Público local, além de acadêmicos e da sociedade civil organizada debateram sobre a importância das ações práticas de denúncia e da corresponsabilidade social no enfrentamento das violações trabalhistas, além da importância da promoção das condições dignas de trabalho em todas as áreas.
Nesta edição representaram o TRT-MG os desembargadores Luiz Otávio Renault, a gestora regional do Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas e de proteção ao Trabalho do Migrante, desembargadora Paula Oliveira Cantelli , o juiz do Trabalho, titular da 3ª Vara do Trabalho de Uberaba (MG), Alexandre Chibante Martins e a servidora do TRT-MG, Raquel de Andrade Gomes.

"Este é um trabalho muito importante que toda a sociedade precisa compreender e participar. É uma questão que não pode ficar apenas no discurso. É necessária ação, que começa com conscientização", explicou o desembargador Luiz Otávio.
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Max Emiliano da Silva Sena, que também integrou a caravana, destacou que o trabalho análogo à escravidão é a pior forma de violação da Constituição Federal. "É importante entender como a prática do trabalho escravo se dá em tempos atuais, tão nociva à dignidade humana como foi há séculos. Essas práticas não podem ser normalizadas. É preciso conhecer para combater", concluiu.
Para a coordenadora da Clínica de Combate ao Trabalho Escravo da UFMG, Lívia Mendes Moreira Miraglia, embora Minas ainda lidere o ranking de registros de trabalho escravo no país, é importante reconhecer que o estado também é exemplo de combate a essas práticas. Segundo ela, Minas realizou nos últimos anos mais do que o dobro do número de ações fiscais que outros estados. "Somos o estado que mais resgata, pois somos o que mais fiscaliza e combate. Estamos enxergando aquilo que antes era invisível", destacou.
Ao final todos os presentes foram convidados a assinar a Carta de Compromisso, que simboliza o engajamento da comunidade na luta pelo trabalho decente.
Alerta aos jovens
Outra atividade que marca a passagem da caravana é a conscientização de jovens contra todas as formas de exploração indevida do trabalho, incluindo as mais modernas, presentes em atividades que envolvem a tecnologia, para que identifiquem e também denunciem casos de violações. Nesta edição, os integrantes visitaram, na manhã desta sexta (31/10), alunos da Escola Municipal Auxiliadora Paiva. Eles trocaram ideias e experiências com os estudantes, que também assistiram a vídeos educativos sobre o tema.
Para a gestora regional do Programa de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do TRT-MG, desembargadora Paula Cantelli, este é um momento muito rico da caravana. "É uma atividade muito relevante, porque ouvimos os relatos dos jovens e nos aproximamos da realidade local. Eles se tornam multiplicadores de conhecimento e divulgam o que aprenderam aqui junto às suas famílias e à comunidade onde vivem," explicou.
Em 2025 a caravana já passou pelas cidades de Uberaba no triângulo mineiro, Passos, no sul de Minas, Manhuaçu, na zona da mata, Conceição do Mato Dentro, na região central e ainda este ano deve chegar a Juiz de Fora em novembro.
