Reaberta negociação coletiva na ArcelorMittal Tubos de Timóteo
Em audiência realizada esta tarde, na sede do TRT de Minas, sob direção do presidente em exercício do Tribunal, desembargador Eduardo Augusto Lobato, ficou deliberado que as partes em litígio - ArcelorMittal Inox Brasil Tubos Ltda. e Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Siderúrgicas, Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Material Eletrônico, Desenho, Projeto e de Informática de Timóteo e Coronel Fabriciano (Metasita) – se reunirão no dia 26 próximo, às 15 horas, no escritório central da siderúrgica, com o objetivo de dar seqüência às negociações coletivas referentes aos empregados da empresa, estagnadas desde o dia 15, e que no dia seguinte (27) o sindicato submeterá o resultado das negociações aos trabalhadores, reunidos em assembléia.
Mesmo na expectativa de que a autocomposição seja alcançada na reunião do dia 26, o presidente designou audiência em continuidade para o dia 28 de janeiro, às 14h, na sede do Tribunal, obtendo o compromisso dos trabalhadores de não interromperem o trabalho até essa data.
Esse desfecho temporário foi precedido da oitiva pública e separadamente das partes, frisando Lobato ter notado nelas interesse de conciliar, de resolver as suas divergências sem a intervenção do Estado, sem prejuízos e desgastes para todos, ressaltando o presidente que o êxito na conciliação do litígio lhe deixará imensamente feliz, por se tratar do seu primeiro caso de direito coletivo, já que sempre integrou a Seção Especializada de Dissídios Individuais do Tribunal.
Pelo que consta dos autos e foi dito em audiência, os trabalhadores da ArcelorMittal Tubos reivindicam as conquistas do pessoal da ArcelorMittal Siderúrgica, da mesma planta de Timóteo, que lhes eram estendidas até 2007, especialmente PLR de R$3.200,00 + 70% do salário-base, plano de metas por equipe de um salário básico por ano e retorno de férias de 95% do salário-base. Já a empresa, ao argumento de que a partir de 2008 os seus resultados deixaram de compor o resultado da ArcelorMittal Siderúrgica, passando para os negócios de tubos juntamente com mais duas empresas de Sumaré e Montevidéu, entende que não está obrigada a estender aos seus trabalhadores as conquistas do pessoal da siderurgia. Por isso, a título de PLR, ofereceu apenas R$1.100,00, causando a revolta dos trabalhadores, que entraram em greve no dia 19 de janeiro, motivando a interposição de medida cautelar inominada por parte da empresa, por meio da qual conseguiu a suspensão temporária do movimento paredista, culminando, agora, com a reabertura das negociações. (Walter Sales)