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Abertura da exposição “Territórios Afroindígenas Soterrados" movimenta o mês da consciência negra no TRT-MG

publicado: 10/11/2025 às 19h52 | modificado: 11/11/2025 às 12h57

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Resumo em texto simplificado

O TRT-MG abriu, em 10 de novembro, a exposição “Territórios Afroindígenas Soterrados: Do Arraial dos Pretos à Cidade dos Brancos”, no hall da Escola Judicial, com visitação gratuita até 10 de dezembro, das 10h às 17h. A mostra, com curadoria do Pe. Mauro Luiz da Silva, resgata a presença negra e indígena nas origens de Belo Horizonte e integra as celebrações do Mês da Consciência Negra.

O evento contou com autoridades do Tribunal, representantes de movimentos negros e apresentação da Guarda de Congado do bairro Urca. A programação de novembro inclui ainda uma roda de conversa antirracista (14/11), o Seminário Negracidade e Fórum Territórios Afroindígenas Soterrados (18 e 19/11), o painel “A cor da Justiça” (18/11) e o encerramento com o Programa Justiça e Cidadania sobre letramento racial (28/11).

Saiba mais sobre esta iniciativa

Uma tarde festiva e emocionante marcou a abertura, nesta segunda-feira (10/11), da exposição “Territórios Afroindígenas Soterrados: Do Arraial dos Pretos à Cidade dos Brancos”, que ficará em cartaz gratuitamente até o dia 10 de dezembro, no hall de entrada da Escola Judicial do TRT-MG - Ejud- (Rua Guaicurus, 201-BH), sempre de 10 às 17h. A inauguração da mostra marca o início de uma intensa programação do TRT-MG neste mês em que é celebrado o Dia da Consciência Negra.

Com curadoria do Professor Doutor Padre Mauro Luiz da Silva e expografia de Cleiton Gos, a exposição propõe escavar as camadas ocultas de Belo Horizonte e devolver rosto, voz e dignidade às ancestralidades que a fundaram. Entre símbolos, imagens, festas e cantos das culturas afroindígenas que compunham o antigo Arraial dos Pretos, cada detalhe da mostra é um convite a revisitar e reconhecer as presenças negras e indígenas presentes desde as origens da capital mineira.

Para a desembargadora Adriana Orsini, gestora regional do Comitê de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, é papel da Justiça do Trabalho apoiar todas as iniciativas em defesa da causa da igualdade de raças." O tema da igualdade, assim como a preservação da história, é muito relevante para a Justiça do Trabalho. E consideramos muito importante levar esta discussão a toda a sociedade", ressaltou a desembargadora. 

Apresentação da Guarda de Congado do Bairro Urca, na capital

coordenadora da Biblioteca do TRT-MG, Marcia Lúcia Neves Pimenta, agradeceu a todos os envolvidos: "Que esta celebração fortaleça nosso compromisso com a memória, a justiça social e o reconhecimento das contribuições afroindígenas na construção da nossa cidade", comemorou. 

O evento é resultado de parceria entre a Biblioteca e o Centro de Memória/Escola Judicial do TRT-MG, a Secretaria de Cultura (Secult) da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, o Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu) e contou com o apoio do Comitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do Regional, nesta solenidade representado pela desembargadora Adriana Goulart de Sena Orsini. Também marcaram presença na inauguração o 2º vice-presidente do TRT-MG e diretor da Ejud, desembargador Emerson José Alves Lage,  e o coordenador acadêmico da Escola, juiz Cléber Lúcio de Almeida.

A abertura da exposição foi prestigiada por lideranças de movimentos negros e quilombolas da capital mineira, como Isabel Casimira Gasparino (Belinha), Rainha Conga de Minas Gerais e do Reino Treze de Maio - e animada pela apresentação da Guarda de Congado do bairro Urca, na região da Pampulha, declarada patrimônio estadual, nacional e, em breve, também municipal. 

Memórias voltam à superfície

A tarde também foi dedicada a autógrafos dos livros "Rainha Conga", de Isabel Casimira; e "Largo do Rosário- do arraial dos pretos à cidade dos brancos", do Pe. Mauro Luiz.

Segundo o Padre Mauro, o objetivo da exposição é resgatar o legado da população negra na construção da capital mineira e devolver a esta população o espaço de protagonismo na história.  "O objetivo da exposição é mostrar que houve uma presença muito forte da população negra no território do Arraial do Curral Del Rei, e, com a inauguração da capital, esta população foi sendo expulsa para as periferias e favelas," explicou.  

Em seu discurso, a Rainha Isabel também destacou a importância da contribuição da população preta para a construção da cidade e como é fundamental que este legado seja preservado e lembrado. "Nossos antepassados já trabalharam muito e hoje nós devemos usufruir deste trabalho e levar adiante esta história", lembrou. 

Padre Mauro e Rainha Isabel do Congo autografam livros na abertura da Exposição Territórios Afroindígenas, na Ejud

Programação diversificada 

Além da exposição, outras atividades estão programadas para novembro no Regional. No dia 14, está programada uma Roda de Conversa com o tema “Diálogo antirracistas: arte, voz e resistência em múltipla perspectiva promovida pelo Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do TRT-MG, no auditório da Escola Judicial do Regional. O evento será realizado de 14 às 16h, com transmissão ao vivo pelo Canal do TRT-MG no youtube e terá a participação das palestrantes Roseane Terezinha Carvalho Porto, professora e doutora em Direito e Sociedade; Marcela Hallack Loures, servidora pública e pesquisadora nas áreas de direitos humanos, filosofia, sociologia, linguagens, saberes e literaturas, além de Silvana Santos Rocha, escritora e servidora pública, graduada em Letras Português/Inglês pela UFMG, pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional (CEPEMG). Na ocasião também será lançado o livro da servidora Marcela Hallack “Versos de liberdade: um colóquio contemporâneo".

Outro destaque da programação, o Seminário Negracidade – Fórum Territórios Afroendígenas Soterrados em BH-, será realizado nos dias 18 e 19, das 13 às 18h, no Auditório da Escola Judicial (Rua Guaicurus, 201. Centro, Belo Horizonte/MG). Paralelamente será realizado, na mesma data e local, o Fórum Municipal "Territórios Afroindígenas Soterrados", com atividades também na parte da manhã – o minicurso “Territórios Afroindígenas Soterrados”, que será realizado entre 9 e 12h. Os detalhes da inscrição para participar destas atividades serão divulgados em breve neste portal.

Ainda no dia 18, será a vez de servidores negros do TRT-MG apresentarem suas trajetórias no auditório Alice Monteiro de Barros, da Faculdade de Direito da UFMG (Avenida João Pinheiro, n.100 Centro/BH), no painel “A cor da Justiça: servidores negros e seu protagonismo no TRT da 3ª Região”. O evento também conta com a participação do Comitê Gestor Regional de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade.

O mês da Consciência Negra será concluído no dia 28 com uma edição temática do Programa Justiça e Cidadania, que tratará sobre o letramento racial, com a participação de estudantes numa visita guiada ao Centro de Memória, que fica no edifício-sede (Avenida Getúlio Vargas, 225-Funcionários- BH).

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