Abertura da exposição “Territórios Afroindígenas Soterrados" movimenta o mês da consciência negra no TRT-MG
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Resumo em texto simplificado
O TRT-MG abriu, em 10 de novembro, a exposição “Territórios Afroindígenas Soterrados: Do Arraial dos Pretos à Cidade dos Brancos”, no hall da Escola Judicial, com visitação gratuita até 10 de dezembro, das 10h às 17h. A mostra, com curadoria do Pe. Mauro Luiz da Silva, resgata a presença negra e indígena nas origens de Belo Horizonte e integra as celebrações do Mês da Consciência Negra.
O evento contou com autoridades do Tribunal, representantes de movimentos negros e apresentação da Guarda de Congado do bairro Urca. A programação de novembro inclui ainda uma roda de conversa antirracista (14/11), o Seminário Negracidade e Fórum Territórios Afroindígenas Soterrados (18 e 19/11), o painel “A cor da Justiça” (18/11) e o encerramento com o Programa Justiça e Cidadania sobre letramento racial (28/11).
Saiba mais sobre esta iniciativaUma tarde festiva e emocionante marcou a abertura, nesta segunda-feira (10/11), da exposição “Territórios Afroindígenas Soterrados: Do Arraial dos Pretos à Cidade dos Brancos”, que ficará em cartaz gratuitamente até o dia 10 de dezembro, no hall de entrada da Escola Judicial do TRT-MG - Ejud- (Rua Guaicurus, 201-BH), sempre de 10 às 17h. A inauguração da mostra marca o início de uma intensa programação do TRT-MG neste mês em que é celebrado o Dia da Consciência Negra.
Com curadoria do Professor Doutor Padre Mauro Luiz da Silva e expografia de Cleiton Gos, a exposição propõe escavar as camadas ocultas de Belo Horizonte e devolver rosto, voz e dignidade às ancestralidades que a fundaram. Entre símbolos, imagens, festas e cantos das culturas afroindígenas que compunham o antigo Arraial dos Pretos, cada detalhe da mostra é um convite a revisitar e reconhecer as presenças negras e indígenas presentes desde as origens da capital mineira.
Para a desembargadora Adriana Orsini, gestora regional do Comitê de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, é papel da Justiça do Trabalho apoiar todas as iniciativas em defesa da causa da igualdade de raças." O tema da igualdade, assim como a preservação da história, é muito relevante para a Justiça do Trabalho. E consideramos muito importante levar esta discussão a toda a sociedade", ressaltou a desembargadora.

A coordenadora da Biblioteca do TRT-MG, Marcia Lúcia Neves Pimenta, agradeceu a todos os envolvidos: "Que esta celebração fortaleça nosso compromisso com a memória, a justiça social e o reconhecimento das contribuições afroindígenas na construção da nossa cidade", comemorou.
O evento é resultado de parceria entre a Biblioteca e o Centro de Memória/Escola Judicial do TRT-MG, a Secretaria de Cultura (Secult) da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, o Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu) e contou com o apoio do Comitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do Regional, nesta solenidade representado pela desembargadora Adriana Goulart de Sena Orsini. Também marcaram presença na inauguração o 2º vice-presidente do TRT-MG e diretor da Ejud, desembargador Emerson José Alves Lage, e o coordenador acadêmico da Escola, juiz Cléber Lúcio de Almeida.
A abertura da exposição foi prestigiada por lideranças de movimentos negros e quilombolas da capital mineira, como Isabel Casimira Gasparino (Belinha), Rainha Conga de Minas Gerais e do Reino Treze de Maio - e animada pela apresentação da Guarda de Congado do bairro Urca, na região da Pampulha, declarada patrimônio estadual, nacional e, em breve, também municipal.
Memórias voltam à superfície
A tarde também foi dedicada a autógrafos dos livros "Rainha Conga", de Isabel Casimira; e "Largo do Rosário- do arraial dos pretos à cidade dos brancos", do Pe. Mauro Luiz.
Segundo o Padre Mauro, o objetivo da exposição é resgatar o legado da população negra na construção da capital mineira e devolver a esta população o espaço de protagonismo na história. "O objetivo da exposição é mostrar que houve uma presença muito forte da população negra no território do Arraial do Curral Del Rei, e, com a inauguração da capital, esta população foi sendo expulsa para as periferias e favelas," explicou.
Em seu discurso, a Rainha Isabel também destacou a importância da contribuição da população preta para a construção da cidade e como é fundamental que este legado seja preservado e lembrado. "Nossos antepassados já trabalharam muito e hoje nós devemos usufruir deste trabalho e levar adiante esta história", lembrou.

Programação diversificada
Além da exposição, outras atividades estão programadas para novembro no Regional. No dia 14, está programada uma Roda de Conversa com o tema “Diálogo antirracistas: arte, voz e resistência em múltipla perspectiva promovida pelo Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do TRT-MG, no auditório da Escola Judicial do Regional. O evento será realizado de 14 às 16h, com transmissão ao vivo pelo Canal do TRT-MG no youtube e terá a participação das palestrantes Roseane Terezinha Carvalho Porto, professora e doutora em Direito e Sociedade; Marcela Hallack Loures, servidora pública e pesquisadora nas áreas de direitos humanos, filosofia, sociologia, linguagens, saberes e literaturas, além de Silvana Santos Rocha, escritora e servidora pública, graduada em Letras Português/Inglês pela UFMG, pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional (CEPEMG). Na ocasião também será lançado o livro da servidora Marcela Hallack “Versos de liberdade: um colóquio contemporâneo".
Outro destaque da programação, o Seminário Negracidade – Fórum Territórios Afroendígenas Soterrados em BH-, será realizado nos dias 18 e 19, das 13 às 18h, no Auditório da Escola Judicial (Rua Guaicurus, 201. Centro, Belo Horizonte/MG). Paralelamente será realizado, na mesma data e local, o Fórum Municipal "Territórios Afroindígenas Soterrados", com atividades também na parte da manhã – o minicurso “Territórios Afroindígenas Soterrados”, que será realizado entre 9 e 12h. Os detalhes da inscrição para participar destas atividades serão divulgados em breve neste portal.
Ainda no dia 18, será a vez de servidores negros do TRT-MG apresentarem suas trajetórias no auditório Alice Monteiro de Barros, da Faculdade de Direito da UFMG (Avenida João Pinheiro, n.100 Centro/BH), no painel “A cor da Justiça: servidores negros e seu protagonismo no TRT da 3ª Região”. O evento também conta com a participação do Comitê Gestor Regional de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade.
O mês da Consciência Negra será concluído no dia 28 com uma edição temática do Programa Justiça e Cidadania, que tratará sobre o letramento racial, com a participação de estudantes numa visita guiada ao Centro de Memória, que fica no edifício-sede (Avenida Getúlio Vargas, 225-Funcionários- BH).