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EXPOSIÇÃO COLETIVA "RAÍZES DA ALMA" - OUT. DE 2025

No dia 08 de outubro de 2025, o Centro Cultural do TRT-MG inaugura a exposição coletiva “Raízes da Alma”, apresentando um acervo de esculturas e pinturas, que explora os temas negritude, saúde mental e a luta contra sua invisibilidade, conexão entre arte, natureza e ser humano, a evolução da encadernação e do livro, e uma homenagem aos 123 anos do renomado poeta Carlos Drummond de Andrade. 

"Raízes da Alma" será a primeira exposição coletiva do Centro Cultural e promete uma experiência única e marcante, conectando as emoções mais profundas ao público por meio das obras dos artistas plásticos Bárbara Rigamonte, Carlos Rodrigues, Eugenio Clavelles Arredondo, Eustáquio e Helena, e Sânzio. Sendo resultado do edital de convocação de artistas promovido pelo TRT, essa iniciativa valoriza a diversidade artística e cultural brasileira e internacional, evidenciando a riqueza simbólica que nossa instituição tem buscado realizar. 

A mostra é gratuita, aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, no Centro Cultural do TRT-MG, localizado na Rua da Bahia, nº 112. Venha prestigiar e fazer parte deste momento único na história da Instituição.

A abertura da exposição será dia 08 de outubro, às 19:00h, e contará com apresentação de Bossa Nova pelo artista e percussionista Eugenio Clavelles Arredondo e introdução das obras com falas dos artistas.

Bárbara Rigamonte - “Entre Frestas e Arestas: Corpos em Silêncio”

Belo-Horizontina e artista plástica graduada pela Escola Guignard, da Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG, Bárbara atualmente cursa Mestrado em Artes, também pela UEMG. Sendo diagnosticada tardiamente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), ela acredita que expor parte da sua vida é importante para a auto aceitação, para a sua jornada profissional e, principalmente, para servir de influência positiva para que as pessoas se expressem sem preconceitos. Como artista plástica, procura ser porta-voz de quem nem sempre é ouvido e compreendido, e transformar cenas cotidianas em pinturas carregadas de profundidade e sensibilidade, convidando à observação do corriqueiro, de forma a revelar complexidade de momentos que nem sempre estão em evidência.

Foto em preto e braco da artista Bárbara Rigamonte

A exposição "Entre Frestas e Arestas: Corpos em Silêncio" apresenta 13 pinturas em acrílico que exploram a comunicação não-verbal. As obras da artista mergulham nas "frestas" (delicadeza e vulnerabilidade) e nas "arestas" (dureza e desafios) do corpo humano e da experiência, buscando demonstrar que o silêncio é uma forma de transbordamento emocional, não de ausência.

A mostra aborda temas profundos como saúde mental, vulnerabilidade e a complexidade dos sentimentos, convidando o público a uma escuta interior. As pinturas são uma jornada íntima da artista, que busca tocar o espectador por meio da ressonância empática, mostrando que o que não é dito em palavras pode carregar uma verdade e um impacto emocional significativos.

Obra de arte de Bárbara Rigamonte mostrando uma mulher com pele azul dentro de um estúdio de pintura

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Carlos Rodrigues - "Do Manuscrito ao Livro"

De formação autodidata, o encadernador e calígrafo, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, desenvolveu sua paixão pelo ofício ainda na infância. Desde os 11 anos de idade, ele se dedica a transformar páginas soltas em objetos de valor simbólico e estético.

Para ele, a encadernação vai além da técnica de conservação. É uma arte que conecta o conteúdo à forma, a memória ao tempo, celebrando a união do antigo e do contemporâneo. Suas mãos habilidosas trabalham com diversos materiais, do couro ao papel, criando peças únicas que contam uma história antes mesmo que a primeira palavra seja lida.

Fotografia do artista

A exposição "Do Manuscrito ao Livro" convida o visitante a mergulhar em diferentes estilos, materiais e processos que moldam essa prática: do couro ao tecido, do bordado ao papel reciclado, do clássico ao experimental. Cada peça é única — resultado de mãos que dobram, costuram, colam e compõem com intenção. Mais do que proteger o que está escrito, encadernar é contar uma história antes mesmo que se leia a primeira palavra. É dar corpo ao pensamento e permitir que ideias ganhem permanência.

Exemplo de encadernação do artista Carlos Rodrigues

Conheça mais sobre o artista Carlos Rodrigues e sua encadernadora, a Dell Arte Encadernadoraem suas redes sociais: Instagram, Facebook

Eugenio Clavelles Arredondo - "Negritude"

Eugenio Clavelles Arredondo é um artista cubano de múltiplas facetas, com uma sólida formação em arte e música. Em 1993, graduou-se em percussão cubana, afro, latina e caribenha pela escola "Ignacio Cervantes", em Havana. Anos depois, em 2005, aprofundou seus conhecimentos musicais ao se formar como Instrutor de Conjuntos Musicais e Professor Titular pelo Centro Provincial de Desenvolvimento Artístico e Profissional "Félix Varela".

Sua paixão pelo ensino o levou a obter uma licenciatura em Pedagogia para Instrutores de Arte pela Universidade de Ciências Pedagógicas Enrique José Varona, em 2012. Além de sua carreira musical e pedagógica, Eugenio também se destaca como artista plástico, com especialização em escultura e entalhe em madeira. Sua trajetória artística e acadêmica reflete um profundo compromisso com a arte e a educação em suas diversas formas.

Artista Eugenio Clavelles segurando um busto esculpido em madeira

Na exposição "Negritude", Eugenio presta homenagens e celebra a cultura. Ele entalha em madeira umburana a obra "Tata Cuco", em memória ao seu avô. Outro trabalho, a obra "Fábio", esculpida em cedro brasileiro, é um tributo a um jovem que impediu o assalto de sua esposa em São Paulo. Além disso, o artista exibe a peça "Iara", uma homenagem à sua esposa, feita em cedro rosa.

A exposição também destaca a herança africana, presente em diversas obras. A escultura "Alkebulan", produzida em umburana, representa "A Mãe da Humanidade" e a "Terra dos Negros", nome original do continente africano antes da chegada de gregos e romanos. Já as obras "Máscara africana" e "Máscaras africanas" retratam diferentes raças e culturas do continente. A escultura "Guerreiro africano", entalhada em cedro rosa, também celebra essa temática. A cultura rastafári é lembrada na obra "Cabeça de homem 'Rasta'", que representa este movimento espiritual e sua contribuição para a música reggae.

As obras de Eugenio Clavelles Arredondo são um convite a uma jornada visual e emocional, revelando, por meio de seu entalhe em madeira, a riqueza das histórias pessoais e culturais que moldam a nossa sociedade.

Busto esculpido em madeira do artista Eugenio Clavelles

Eustáquio e Helena - "Luzes do Universo"

José Eustáquio e Maria Helena, conhecidos como Eustáquio e Helena, são artistas plásticos autodidatas, originários de Itabirito e Ouro Preto, em Minas Gerais. A dupla iniciou sua jornada na arte em 2007, após o expediente de seus trabalhos na construção civil, em que Eustáquio era encarregado de obra e Helena, auxiliar administrativa.

Com o objetivo de resgatar a cultura e a história por meio de suas obras, eles se dedicam a esculpir, entalhar e pintar em madeira, sempre com uma abordagem consciente e focada na preservação ambiental. No início, reaproveitavam materiais em desuso como rejeitos de demolição, cabos de pás e serragem. Com o tempo, expandiram sua prática para madeiras como Braúna, Ipê e Cedro, provenientes de podas e outras fontes sustentáveis.

Eustáquio e Helena em pé apresentando três de suas obras para a foto

Ao longo de sua trajetória, já participaram de 14 exposições. Nesta mostra, a dupla presta uma homenagem ao poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade, celebrando seus 123 anos de nascimento com entalhes em madeira que retratam o poeta e seus amigos.

Duas esculturas de madeira apoiadas em frente a um fundo preto

Sânzio - "Pele Ambiência"

Sânzio, nascido em Curvelo, Minas Gerais e residente em Belo Horizonte. Bacharel em Artes Plásticas, especializado em desenho e pintura pela Escola Guignard – UEMG, licenciado em Ciências Biológicas, pela UFMG, no momento cursa o mestrado em artes pela UEMG. Dedica-se à pesquisa em arte, assim como ao desenho, pintura e gravura em serigrafia, elaborando por meio dessas linguagens, uma poética visual relacionada à ecologia urbana, enviesada por diferentes corporeidades que abrangem o natural e o artificial.

Auto retratro do artista Sanzio

A exposição "Pele Ambiência" é uma série de pinturas criada a partir de 2023, que explora a intersecção entre a flora urbana e a figura humana. O artista utiliza como referência plantas ruderais, aquelas que crescem em terrenos baldios e espaços públicos, como ipomeias, erva-andorinha e matagais, que, apesar de marginalizadas em projetos paisagísticos, exercem uma função ecológica vital.

As obras são compostas por duas referências principais: fotografias autorais desses matos da cidade e imagens de figuras humanas geradas por inteligência artificial, com o software Stable Diffusion, em parceria com o pesquisador Robson Cardinali de Castro. A exposição busca criar "epidermes cyber silvestres" que unem o natural e o tecnológico, o retrato e a paisagem.

A série de pinturas convida o espectador a refletir sobre a vitalidade e a resistência da vida não-estruturada, abordando a ecologia queer e a capacidade de adaptação em ambientes hostis, sendo que cada obra é um mergulho criativo que sugere uma reflexão poética sobre a vida em tempos de crise.

Obra de arte retratando um homem, de peito para cima, deitado sobre a grama

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