Lâmpadas fluorescentes representam risco à saúde?
por Luiz Himer Campos*
A iluminação predominante no TRT é a fluorescente. O padrão T12, mais antigo, vem sendo gradativamente substituído pelo T8, mais moderno, eficiente e de melhor qualidade. E já se inicia a instalação do padrão T5, ainda mais moderno e eficiente. Esse tipo de iluminação é utilizado na Europa e Estados Unidos e suas características são reguladas por normas técnicas internacionais. No Brasil, devem se adequar às normas técnicas nacionais, sistematizadas pela ABNT. O rigor e as exigências das normas técnicas representam a primeira garantia de qualidade do produto e de sua adequação ao uso sem prejuízo à saúde.
O TRT utiliza materiais da melhor procedência, visando tanto aos aspectos ligados à saúde dos servidores quanto à eficiência e à qualidade da iluminação, com o melhor conceito da relação custo-benefício.
Uma questão recorrente sobre os efeitos de tais lâmpadas - se podem causar câncer ou prejudicar a visão e a pele dos usuários - foi-nos esclarecida pelo departamento de engenharia de duas das maiores empresas do mundo no setor, detentoras da mais avançada tecnologia e que contam com laboratórios e corpo técnico de capacidade indiscutível. Trata-se da Philips e da Osram.
Em resposta à nossa consulta, ambas afirmaram que as lâmpadas fluorescentes não representam risco à saúde. Mencionaram um aspecto que vem sendo sempre abordado: a emissão de raios ultravioleta está muito abaixo dos níveis permitidos pelas normas internacionais, não sendo capaz de causar dano ao indivíduo. Foi citado o NIOSHI National Institute for Ocupacional Safet and Helf, que admite, para uma irradiação de 8h, uma dosagem de ultravioleta de 3 mj/cm2 a 1 j/cm2, dependendo do comprimento de onda. As fluorescentes acarretam uma dosagem inferior a 0,001 j/cm2 no período citado, menos de um terço do permitido, ainda que considerada a condição mais severa, do tipo que apresenta o comprimento de onda mais desfavorável.
Outro grande ganho para o TRT foram os novos reatores eletrônicos, dispositivos necessários ao funcionamento deste tipo de iluminação. O padrão mais antigo utilizava o eletromagnético, que gastava mais energia, aquecia mais e funcionava em baixa freqüência, podendo causar cintilação e efeito estroboscópico, prejudiciais às pessoas. Os novos, eletrônicos, funcionam em freqüências altíssimas e não causam problema algum ao organismo. Temos tido cuidado também na escolha da temperatura de cor das lâmpadas, que têm uma escala própria, a Kelvin. Optamos por temperaturas de cor o mais neutras possível, de forma a construir uma iluminação saudável e agradável, dentro dos melhores padrões de engenharia.
A Osram comentou que quem se expõe a uma iluminação fluorescente de 2.000 lux (o normal é da ordem de 500 lux), por oito horas contínuas, terá se submetido à mesma dose de irradiação a que se submeteria expondo-se dez minutos ao sol no mês de abril. Segundo o dermatologista sueco Gunnar Swanbeck, citado pela Osram, as lâmpadas fluorescentes e halógenas usadas normalmente não levantam suspeita de efeitos prejudiciais à pele.
Essa exposição é um resumo de um assunto muito vasto e importante. A Diretoria de Engenharia dispõe de muitas outras informações sobre o tema, que estão à disposição de eventuais interessados.
*Luiz Himer Campos é servidor da Diretoria de Engenharia do TRT, engenheiro eletricista diplomado pela Escola de Engenharia da UFMG.
Trabalhou, entre 1975 e 1992, em várias hidrelétricas do sistema Furnas como engenheiro de campo.