Por que devemos dar adeus às sacolas plásticas

A maioria das invenções está diretamente relacionada com nosso conforto e praticidade, porém muitas delas são colocadas no mercado sem nenhuma pesquisa mais profunda sobre seu impacto ambiental. A regra é o lucro imediato. Este é o caso das sacolas plásticas. Que nos últimos tempos ela virou uma "praga", ninguém pode negar. Uma praga no sentido de que qualquer coisa que compramos, até mesmo uma cartela com 4 comprimidos, é embalada nestas sacolas!

Origem

Sua invenção em 1862 foi uma revolução para o comércio por sua praticidade e baixo custo. Apesar de antiga, a invenção veio explodir no Brasil a partir da década de 80, contribuindo para a filosofia do "tudo descartável". Mas sabemos (e os europeus já sabem há um bom tempo) que elas são um dos maiores vilões do meio ambiente e apenas agora nos damos conta disto, bem como do impacto de muitas coisas que antes utilizávamos sem a consciência que temos hoje.

Mas por que essas sacolas são tão prejudiciais ao meio ambiente?

Em primeiro lugar, o saquinho plástico é um derivado do petróleo, substância não renovável, feita de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD) e sua degradação no ambiente pode levar séculos, ou seja, seu tataraneto pode, no futuro, se deparar com o saquinho que você jogou fora hoje. Além disso a produção do plástico é ambientalmente nociva: para produzir uma tonelada de plástico são necessários 1.140 kw/hora (esta energia daria para manter aproximadamente 7600 residências iluminadas com lâmpadas econômicas por 1 hora),sem contar a água utilizada no processo e os dejetos resultantes. 
Há ainda outro grave problema: a poluição dos mares por este tipo de lixo. Saquinhos plásticos no mar são confundidos com peixes e as tartarugas marinhas os confundem com águas vivas, um de seus alimentos.
Assim, ao ingerí-los, as tartarugas morrem por obstrução do aparelho digestivo. No Projeto Tamar estão expostos vários cadáveres de tartarugas que morreram desta forma. 
Os saquinhos plásticos também são uma das causas do entupimento da passagem de água em bueiros e córregos, contribuindo para as inundações e para a retenção de mais lixo. Quando incinerados, liberam toxinas perigosas para a saúde. 

O que fazer então?

A idéia é, aos poucos, substituirmos as sacolas plásticas descartáveis, por sacolas realmente biodegradáveis (estão sendo feitas pesquisas no Brasil para a produção de plásticos a partir da cana de açúcar e milho) ou por sacolas não descartáveis. Lembra das antigas sacolas de feira? Elas estão voltando e com força total.

Aí vão algumas dicas para começarmos a diminuir o uso das sacolas descartáveis

  • Habitue-se a levar uma sacola própria para fazer compras, no supermercado, na padaria ou na feira. Mesmo que nela não caibam todas as compras, pelo menos uma parte delas já vai para a sua casa sem os saquinhos.
    As famosas "sacolas de feira" são uma grande dica, sejam elas de plástico resistente ou de pano;
  • Se a quantidade de compras for grande, peça no supermercado caixas de papelão para transportá-las; alguns supermercados já oferecem esta opção;
  • Caso seu supermercado utilize sacolas biodegradáveis, de preferência a elas;
  • Cuidado com as sacolas Oxibiodegradáveis. Apesar de se "desfazerem" no ambiente – diferentemente de uma sacola Biodegradável, que é consumida por microorganismos – as sacolas Oxibiodegradáveis necessitam de componentes químicos nocivos para sua decomposição, continuando a poluir o ambiente; apenas não serão visíveis aos nossos olhos.
  • De preferência aos sacos de papel;
  • Verifique as datas de validade dos produtos. Você poderá levar um produto que irá para o lixo. Além do desperdício de dinheiro, terá utilizado um ou vários saquinhos à toa;
  • Pense Bem antes de fazer suas compras. Será que tudo que está comprando será utilizado? Você precisa mesmo dos produtos ou foi a propaganda que lhe disse para comprar?

 

Movimentações em torno do tema

Na Europa os costumes já estão mudando. Na Alemanha, se você não levar sua própria sacola ao supermercado, tem que pagar por cada saquinho que utiliza. A Irlanda segue o mesmo caminho e na Inglaterra, supermercados já oferecem saquinhos totalmente biodegradáveis. No estado de São Paulo, governo e entidades já estão se movimentando para reduzir o número de sacolas plásticas, por meio de campanhas de esclarecimento à população.
Nós sabemos que é difícil desvenciliar-se de um hábito antigo. Mas, em tempos modernos, cá prá nós, as sacolas plásticas estão ficando cada vez mais fora de moda...

Referências

Daniel Pereira – Formado em Física / Astrofísica pela Universidade de São Paulo.
Maurício Waldman Dan Schneider, Guia ecológico doméstico, Editora Contexto

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